Luís Assis, advogado | Opinião
As obras realizadas no Largo Dragões de Olivença, em Estremoz, transformaram o arruamento num paliteiro, sem qualquer nexo, sem qualquer preocupação paisagística e gosto no arranjo do espaço urbano, só para impedir o estacionamento de veículos automóveis, cujo espaço de estacionamento foi eliminado.
A Câmara tem-se dedicado afincadamente a dificultar a vida a todas as pessoas que venham a Estremoz de carro, retirando sucessivamente espaços de estacionamento sem que, em contrapartida, tenha disponibilizado novos espaços de estacionamento.
Tudo parece que a Câmara aposta na mobilidade pedonal, esquecendo-se que, não havendo espaços de estacionamento, está a dificultar a vida ao comércio e à residência de pessoas em Estremoz. É que, não havendo parques de estacionamento, as pessoas começam por deixar de vir à cidade, porque não têm onde estacionar o seu carro, para depois se deslocarem quer aos espaços comerciais, quer para as suas residências.
Sem outra alternativa de transporte, pois não há metro, nem autocarros ou elétricos em Estremoz, a vida das pessoas, nas suas várias vertentes fica condicionada a andarem a pé em quase toda a cidade.
Uma coisa é ordenar o trânsito e o estacionamento, outra, completamente diferente, é eliminar os espaços de circulação, sem oferecer alternativas, porque tal coloca em causa a vivência da cidade em todos os seus aspetos.
Pior ainda é quando não se tem qualquer tipo de gosto estético nos arranjos paisagísticos urbanos, não havendo, sequer, o cuidado de fazer uma obra com gosto estético e agradável à vivência das pessoas, já que lhe tiraram os estacionamentos.
Numa cidade conhecida e afamada pelo seu mármore branco, nada melhor do que aplicar uns tubos de ferro nos passeios de mármore e basalto, destinados a impedir o estacionamento, quais palitos enfiados num paliteiro.
Em vez de enfiarem uns palitos pelo chão abaixo, bem que poderiam ter utilizado uns blocos de mármore da pedreira de que a Câmara é proprietária, lapidados em paralelepípedo ou em cubos, promovendo um arranjo paisagístico urbano com melhor estética e mais agradável à vivência urbana, pois serviriam para os transeuntes ali poderem sentar-se e desfrutar do espaço, que seria vivido e usufruído de outra forma. Mas não, preferiram espetar uns palitos!
A saia da Carolina tem um lagarto pintado, o Largo Dragões de Olivença tem uns palitos espetados!