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José Russo: “Há um novo fôlego na vida desta casa”

Luís Godinho texto | Gonçalo Figueiredo fotografia

O financiamento da Direção-Geral das Artes (DGArtes) e da Câmara de Évora a quatro anos de programação do Teatro Garcia de Resende e a outros quatro (que poderão ser oito) para apoiar a criação artística do Centro Dramático de Évora (Cendrev) representam um “novo fôlego na vida desta casa”, diz o diretor da companhia.

Segundo José Russo, o financiamento obtido no âmbito da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (400 mil euros anuais, repartidos entre a DGArtes e a autarquia) permite “desenvolver trabalho em torno da programação de forma sistemática e continuada”, apesar deste apoio não incluir os “custos de estrutura” associados à manutenção e funcionamento do Teatro Garcia de Resende. “Essa é uma dificuldade que a gente tem”.

Na apresentação da programação do Garcia de Resende para este ano – relevada em primeira mão pela SW Portugal –, o diretor da companhia destacou a realização, em junho, da Bienal Internacional de Marionetas de Évora (BIME), cuja primeira edição remonta a 1987 e que nem sempre foi possível realizar devido à falta de financiamento. “Temos agora garantida a edição deste ano e a de 2025”.

Outras prioridades da programação são o acolhimento a projetos artísticos locais, que representam mais de um terço dos 127 espetáculos agendados – “este financiamento também terá de servir para trazer cá os agentes culturais locais e poder-lhes pagar” – bem como a “dimensão internacional”, com particular foco no espaço ibérico e na lusofonia.

Ainda de acordo com José Russo, é este tipo de financiamento “que garante o serviço público de cultura. De outra forma é impossível. O esforço não é suficiente [quando] faltam os meios. E os meios, finalmente, chegaram”.

Já o diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, lembrou os tempos de “alguma intranquilidade” vividos pelo Cendrev, em resultado da falta de apoio, considerando que, agora, a companhia “pode respirar melhor, por mérito próprio”.

Ao financiamento à programação, acrescentou, junta-se o da criação artística, uma vez que a companhia conseguiu obter apoio sustentado a quatro anos, no âmbito do último concurso nacional. Como estes quatro anos poderão ser renovados de forma automática por mais quatro, Américo Rodrigues diz que o Cendrev, tal como as outras companhias financiadas, pode agora realizar o seu trabalho de criação artística e desenvolvimento de públicos com “previsibilidade e sustentabilidade”, o que “faz toda a diferença”.

Este conjunto de apoios, concluiu, “não é um recomeço. Mas como sei as dificuldades que tiveram no passado, é um novo impulso à atividade” da companhia.

Tornar o Teatro Garcia de Resende numa “referência em termos da programação não apenas local, mas em termos nacionais e internacionais, nomeadamente quando chegarmos a 2027” é o objetivo da Câmara de Évora, referiu o presidente, Carlos Pinto de Sá, destacando que o apoio da DGArtes e da autarquia representa um “patamar de financiamento fundamental para poder dar um salto qualitativo”.

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