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Évora: Falta de casas ameaça investimento na aeronáutica

Um projeto da indústria aeronáutica financiado em 120 milhões de euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), 75 milhões dos quais a investir no Alentejo, tem a sua execução ameaçada pela falta de casas, em Évora. Preço da habitação na cidade subiu 25% em três anos.

O objetivo do consórcio Aero.next, que reúne 34 entidades, é tornar Portugal num país construtor, e exportador, de aviões. Para tal, segundo o “Público”, será necessário contratar 350 engenheiros, muitos deles estrangeiros, e é aqui que começam os problemas.

“A falta de habitação é um drama que já estamos a ter em Évora. Não há oferta suficiente, os preços são equivalentes aos das grandes cidades. É o nosso maior problema neste momento”, diz ao jornal Miguel Braga, presidente da Empresa de Engenharia Aeronáutica (EEA), que lidera o consórcio, acrescentando que o objetivo da empresa é “criar o primeiro integrador final português, que monta e vende o avião”.

Ainda de acordo com Miguel Braga, a falta de habitação está a dificultar a execução do projeto dentro de um calendário que já é “apertado”.

“Estes projetos são feitos com pessoas altamente qualificadas que muitas vezes nem existem em Portugal; estamos a falar de gente com senioridade e que, se as conseguirmos atrair, virão com as suas famílias. Estamos, portanto, com um problema muito sério, porque não se encontra habitação para estas pessoas”, acrescenta o responsável da EEA.

Assumindo não querer “antecipar-se” a eventuais problemas na execução do projeto, Miguel Braga sublinha, no entanto, que “isto pode ser o primeiro grande constrangimento ao cumprimento da totalidade das atividades em tempo útil”. Sendo que os investimentos financiados pelo PRR terão de estar concluídos até final de 2026.

Ainda em outubro do ano passado, a SW Portugal noticiava o agravamento do preço das casas no Alentejo, que atinge máximos históricos. Évora é a segunda cidade mais cara.

Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística apontam no mesmo sentido, isto é, de agravamento dos preços da habitação. No primeiro trimestre do ano, um apartamento com 120 metros quadrados vendeu-se, em média, por 206 mil euros, um aumento de cerca de 25% comparativamente com os preços praticados em 2020.

O projeto da Aero.next Portugal tem por objetivo produzir a primeira aeronave portuguesa, o LUS 222, e foi apresentado o ano passado no decorrer do Portugal Air Summit, na Ponte de Sor, estando incluindo numa das denominadas “agendas mobilizadoras” do PRR.

O projeto inclui ainda a produção de uma aeronave não tripulada com capacidade “distinta” das que existem para a vigilância marítima e uma terceira componente relacionada com a mobilidade aérea avançada, estando prevista a criação de quase 400 postos de trabalho diretos e 900 indiretos nas suas três componentes.

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