PUBLICIDADE

Estremoz: Produção de vinho impulsiona exportações

Ana Luísa Delgado e Maria Antónia Zacarias, texto

Os dados são do Instituto Nacional de Estatística: as empresas do concelho de Estremoz praticamente duplicaram as exportações nos últimos 10 anos. As vendas para o estrangeiro representam agora 22,3 milhões de euros, valor que compara com os 11,6 milhões registados em 2011.

Há mais de três séculos que a família de Luis Mira produz vinho. Mas nunca vendeu tanto para o estrangeiro como nos últimos anos. “Todos os anos temos vindo a aumentar as exportações”, diz o produtor, proprietário da Herdade das Servas, apontando o Brasil, a Suíça e a Alemanha como os principais mercados externos da empresa. Nos dois primeiros “valem”, sobretudo, os tintos. Em todos eles são os topos de gama os mais procurados.

“Somos muito interessantes na relação entre preço e qualidade, pelo que os nossos topos de gama têm grande interesse por parte dos consumidores desses países e acabam por ter uma maior procura”, acrescenta Luís Mira, garantindo que “não é difícil” concorrer com outras marcas a nível internacional. “O essencial”, diz, “é encontrar um distribuidor que nos compreenda e que tenha capacidade para colocar os nossos vinhos perante os consumidores. Depois a escolha é deles”.

Se nos últimos anos a empresa tem aumentado as exportações, este ano não será diferente. “Estamos a avaliar a possibilidade de entrar em novos mercados, mas ainda nada está fechado”, refere o proprietário da Herdade das Servas.

Impulsionadas pelo setor vinícola, as empresas com sede no concelho de Estremoz praticamente duplicaram as exportações entre 2011 e 2022, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). O ano passado, as vendas para o estrangeiros significaram 22,3 milhões de euros, sendo que a maior fatia (17,4 milhões) teve origem em países da União Europeia. No caso concreto dos vinhos, segundo a mesma fonte, o valor das exportações subiu de 5,7 milhões de euros em 2011 para 12,9 milhões o ano passado, o que representa um acréscimo de 226%.

Em 2019, último ano antes da pandemia, a exportação de vinhos foi de 8,8 milhões de euros, assinala fonte do setor, explicando que a pandemia de covid-19, com o encerramento do Canal Horeca (restauração) “levou muitos produtores a apostar de forma mais efetiva nos mercados externos”.

“As exportações são importantes para o concelho pois contribuem para o desenvolvimento económico e para a atração e fixação de pessoas e empresas”, sublinha o presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, revelando que a autarquia está a desenvolver um Plano Estratégico de Desenvolvimento do Concelho, em articulação com o tecido empresarial, para “captar investimento e reforçar o tecido empresarial e o ecossistema existente, potenciar a criação de emprego, formação, atração e retenção de talento” no concelho.

“É notório que o crescimento na exportação de vinhos tem contribuído para o desenvolvimento económico do concelho, para criação de postos de trabalho e para a fixação de população”, acrescenta o autarca, lembrando que o município conta com cerca de duas dezenas de empresas produtoras, “todas ou quase todas” com uma “importante” componente de exportação.

Além dos vinhos, também “os mármores, azeites, enchidos, turismo e maquinaria agrícola e industrial” têm estado a exportar mais. Tal como a venda de animais vivos, setor que em 2011 “valia” 1,1 milhões de euros nas vendas para o estrangeiro e que agora representa 2,2 milhões.

Partilhar artigo:

FIQUE LIGADO

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

© 2024 SUDOESTE Portugal. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por WebTech.