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ZERO pede reavaliação do projeto de hidrogénio em Sines

A associação ambientalista ZERO defende que a Comissão Europeia “não deve subsidiar” a exportação de hidrogénio e pediu a reavaliação do projeto de Sines.

Segundo a associação, “existem usos locais para o hidrogénio a produzir em Sines, sendo muito difícil de justificar técnica e economicamente a exportação de hidrogénio líquido para Roterdão ou para onde quer que seja”. 

“Do ponto de vista energético e ambiental, mas também estratégico do desenvolvimento industrial do país, o que faz sentido é que a fileira e cadeia de valor de indústrias com base em hidrogénio português se concentrem em Portugal”, acrescenta a ZERO, lembrando que em Sines já “existe uma grande capacidade instalada de transporte de eletricidade e pode ser aí instalada capacidade de produção de eletricidade a partir de sistemas de pilhas de combustível que possam permitir ao país fazer face à escassez hídrica que fará baixar a produção elétrica em invernos secos”.

Numa resposta à consulta pública aberta pela Comissão Europeia aos projetos de infraestruturas de interesse comunitário que ampliem o uso de hidrogénio de origem renovável no contexto de transição energética, o Governo português candidatou quatro projetos que, se forem aceites pela Comissão Europeia, poderão vir a ser financiados por fundos comunitários.

Entre estes projetos inclui-se a exportação a partir de Sines, o que a ZERO classifica de um “enorme equívoco” pois, “ao contrário dos combustíveis fósseis, o hidrogénio verde pode ser produzido em qualquer lugar onde exista água e energia renovável e não deve ser transportado em estado puro ou liquefeito sob pena de elevadas perdas de energia no processo”.

A associação ambientalista pronunciou-se também sobre a instalação de capacidade de eletrolisação em Sines, advertindo que deverá ser feira de forma “modular e escaláveis” para se poder “adaptar à quantidade de energia renovável adicional disponível”, e “desaprova” alguns dos usos planeados para o hidrogénio aqui produzido, “nomeadamente a sua liquefação e injeção em tubulações, ou o seu uso em edifícios, veículos leves e logística urbana”. 

“É importante dizer que a liquefação do hidrogénio é muito menos eficiente em termos energéticos do que o seu uso no estado gasoso para aplicações industriais na vizinhança ou na produção de amoníaco, metanol ou combustíveis sintéticos. A eletrificação direta de edifícios é mais eficiente do que o uso de hidrogénio, portanto a ZERO não vê vantagem nenhuma em fornecer edifícios com hidrogénio puro ou misturado com gás fóssil, a menos que seja numa fase de transição curta neste último caso”, explica a associação, segundo a qual no setor dos transportes o uso de hidrogénio “pode ser vantajoso apenas na aviação, no transporte marítimo e no transporte rodoviário de passageiros”.

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