O advogado do grupo Marmetal, com sede em Vila Viçosa e que se dedica à extração e transformação de mármore, confirmou a existência de ordenados em atraso a cerca de 30 trabalhadores da empresa. Citado pela agência Lusa, Ricardo Bacalhau diz que estão por pagar os salários relativos ao mês de outubro e a parte do mês de novembro, uma vez que os trabalhadores “suspenderam os contratos” no dia 20 desse mês.
“Logo no início de novembro, por não terem recebido o salário de outubro, os trabalhadores deixaram de trabalhar e, depois, acabaram por suspender os contratos nos termos da lei por falta de pagamento pontual”, acrescentou Ricardo Bacalhau, reconhecendo que o grupo “está a atravessar alguns problemas financeiros”, resultado da crise do setor e de alegadas dificuldades na obtenção de financiamento bancário, e garantindo ainda que não existe uma perspetiva de data para o pagamento aos trabalhadores. “A ideia é fazer o pagamento dos salários em atraso e ativar os contratos que tiveram que ser reativados”.
Também em declarações à Lusa, um dos trabalhadores da empresa, Nelson Curvo, diz que o valor em dívida é superior ao confirmado pelo advogado do grupo: “Devem-nos os vencimentos de outubro e novembro e o mês de dezembro já passou e também não recebemos, assim como o subsídio de Natal”.
Nelson Curvo acrescentou ainda que cerca de 30 dos 40 trabalhadores “já suspenderam os contratos e alguns até rescindiram” com a empresa, que manterá apenas ao serviço os funcionários da área administrativa.
“Tivemos que abandonar o trabalho porque temos contas para pagar e temos que comer todos os dias”, indicou o trabalhador, revelando que as dificuldades começaram a notar-se logo em agosto, quando “as fábricas paravam com falta de gasóleo ou de embalagens”. E já nessa altura, refere, os trabalhadores “nunca recebiam a tempo e horas”.