Uma nova antologia de Florbela Espanca, “Versos de Orgulho”, será lançada no próximo dia 27 de julho na Livraria da Travessa, em Lisboa, numa edição da Shantarin. Na ocasião será igualmente lançada a versão bilingue da mesma antologia, intitulada “This Sorrow that Lifts Me Up”.

As edições são da responsabilidade de Cláudia Pazos-Alonso, professora de Português e de Estudos de Género na Universidade de Oxford e especialista na obra de Florbela Espanca, e contam com ilustrações de Margarida Fleming e tradução de Simon Park para a língua inglesa.

A apresentação da obra estará a cargo de Ana Raquel Fernandes, professora da Universidade Europeia e investigadora da Universidade de Lisboa.

Na introdução à antologia, Cláudia Pazos-Alonso sublinha que Florbela Espanca (1894–1930) “é um dos nomes incontornáveis” da literatura em língua portuguesa. “A sua obra versa apaixonadamente sobre os temas da saudade, do amor e da libertação sexual no quadro das années folles que se seguiram à Primeira Guerra Mundial”. 

“Na sequência da sua morte prematura em 1930, Florbela tornou-se rapidamente objecto de lenda, graças à irresistível combinação entre um percurso de vida tumultuoso e uma série de sonetos inconfundíveis ao longo dos quais se espraiam ora sentimentos de malogro, ora ardentes proclamações da sua ânsia de viver. A presente antologia permite entender as razões pelas quais a sua poesia merece ser continuamente celebrada”, acrescenta a autora.

Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa, em 1894. Batizada com o nome Flor Bela Lobo, adotou o apelido Espanca, da família paterna. Publicou duas antologias em vida, “Livro de Mágoas” (1919) e “Livro de Soror Saudade” (1923), mas o grosso da sua obra teve apenas publicação póstuma. No último ano de vida, quando redigiu o seu diário (“Diário do Último Ano”), Florbela Espanca conheceu o professor da Universidade de Coimbra Guido Batelli, que viria a promover a publicação de toda a obra da escritora, depois da sua morte, em 8 de dezembro de 1930.