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Um Coletivo para promover a criação artística em Estremoz

Ana Luísa Delgado texto

Atriz de teatro [“O espaço entre as cerejas”, com encenação de Rute Rocha], de cinema [em filmes como “Águas Mil”, realizado por Ivo Ferreira, ou a curta-metragem “Salto”, de Henrique Guerreiro] e com uma já longa carreira em televisão, Susana Arrais foi convidada pelo Coletivo Cultura Alentejo para orientar uma residência artística no Teatro Bernardim Ribeiro, em Estremoz, nos próximos dias 26 e 27 de março.

“A ideia de convidar a atriz Susana Arrais  surgiu de uma forma natural, neste âmbito de pessoas que irão ao longo do tempo colaborar connosco. Já tive oportunidade, enquanto ator, de trabalhar com a Susana e é inegável a qualidade do trabalho que desenvolve, não apenas na televisão, onde é reconhecida pelo público em geral, mas também pelo seu trabalho em teatro, em vários projetos, como actriz, encenadora e formadora”, diz Cláudio Henriques, diretor artístico do Coletivo Cultura Alentejo, entidade sediada em Estremoz que procura a criação e experimentação artística através das diferentes formas de expressão, sejam elas teatro, cinema, pintura ou artes plásticas.

De acordo com Cláudio Henriques,  os participantes na residência – cujas inscrições termina hoje, dia 24 – “poderão experienciar o que  é o trabalho de ator, poderão aprender técnicas de improvisação teatral, de construção de personagem, trabalho de corpo e movimento em palco”. Trata-se, acrescenta, “de um processo de descoberta, num ambiente descontraído e seguro, tudo isto conduzido pela Susana Arrais”.

De acordo com o programa, no sábado os intervenientes farão vários exercícios teatrais e cénicos, que englobam corpo, voz e movimento no trabalho do ator… improvisação. No domingo, pela manhã, serão apresentados os resultados, numa sessão aberta ao público, no Teatro Bernardim Ribeiro.

“Este projeto, que tem o apoio da Câmara Municipal de Estremoz, é uma produção do Coletivo Cultura Alentejo e surge da vontade que une estas duas entidades para tentar disponibilizar formação numa área artística, onde não existia quase nenhuma oferta no concelho de Estremoz, com profissionais da área, nomeadamente interpretação”, acrescenta Cláudio Henriques, segundo o qual existe “a vontade” de “dar acesso à população a este género de conteúdo artístico, alargando o leque de oferta cultural na cidade e no concelho”.  Segundo acrescenta, “faz todo o sentido construir este tipo de iniciativa, levando o teatro e a interpretação ao maior número de pessoas possível, não só através da construção de espetáculos, mas também da formação. O teatro existe para as pessoas, só assim faz sentido”.

Depois da residência artística com Susana Arrais, o Coletivo tem prevista a realização de outras iniciativas idênticas, com outros profissionais do setor, como atores, encenadores ou realizadores. 

“Existirá mais criação de espetáculos multidisciplinares, mas privilegiando a linguagem teatral. Queremos também integrar o público no processo dos nossos ensaios para os espetáculos, ensaios abertos, em que podem ver a construção de um espetáculo e a evolução do trabalho [artístico]”.

O Coletivo Cultura Alentejo surgiu numa altura de pandemia, sendo já uma vontade antiga. O objetivo, refere Cláudio Henriques, é o de “levar a arte, nomeadamente teatro, espetáculos e formação, onde não existe muita oferta”. E explica: “Acreditamos no teatro como ferramenta social, capaz de levantar questões, capaz de fazer a diferença, para melhor, na comunidade onde existe, acontece e cresce. A cultura, o teatro, é importante para a compreensão do mundo, não só entretenimento, também, mas não só”.

Ainda de acordo com Cláudio Henriques, a equipa do Coletivo é constituída “por um elenco base de pessoas de Estremoz”, incluindo artistas como os atores João Gonçalo Fonseca, Rui Serrano e João Costa, que integrou a equipa para o espetáculo “Mário” a partir da obra do escritor surrealista Mário-Henrique Leiria, estreada no passado dia 19 de março. Na escrita/dramaturgia, a associação conta com Filipa Fonseca (autora do espetáculo ”Carvão – A desconhecida história de Natal”), que estreou em dezembro, e com Francisco Lapa (autor do monólogo “Filho da Coruja”, já em processo de ensaios).

“Depois, pontualmente, temos a colaborar outros atores e encenadores, que de acordo com os projetos vão trabalhando connosco, como o caso da actriz Carla Maciel, que irá encenar um espetáculo do Coletivo Cultura Alentejo baseado numa obra de Sam Shepard, que estreará em novembro”, conclui o diretor artístico da companhia.

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