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“Turismo do Alentejo tem de crescer mais em valor que em volume”

Luís Godinho e Alexandre Barahona, texto | Gonçalo Figueiredo, fotografia

José Santos foi ontem eleito presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo. Entre as prioridades, assegura, estão a transição digital e climática, “pontos críticos” na estratégia regional, mas também “consolidar” das redes de oferta e pôr o setor a crescer “mais em valor do que em volume”. Nos primeiros meses do ano o setor cresceu, na região, 16% comparativamente com 2022.

Quando tomar posse como presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, no próximo dia 19 de julho, José Santos tem as prioridades definidas. “Após a tomada de posse, e quando me sentar nessa tarde, a prioridade será avançar com o projeto do plano de atividades e orçamento para 2024”. E, aqui, haverá de enquadrar “todas as prioridades dialogadas neste período de preparação, provindas dos inúmeros intervenientes e ativos do turismo regional e nacional”.

Segundo José Santos, há duas prioridades absolutas que terão balizar as iniciativas para os próximos anos: a transição digital e a climática. “Compreendo perfeitamente que, para os empresários, pareçam ser palavras chavões, mas na realidade estratégica são pontos críticos. Temos de olhar mais longe e delinear estratégias”.

Os novos órgãos sociais do Turismo do Alentejo e Ribatejo foram ontem eleitos, num processo em que apenas uma lista, denominada “Nova Ambição para o Turismo do Alentejo e Ribatejo”, se apresentou a votos. Além do presidente, José Santos, a próxima comissão executiva será composta por Pedro Beato, Conceição Grilo, Pedro Ribeiro, Carlos Moura, Rui Raposo, Porfírio Perdigão, Jaime Serra, Isabel Vinagre e José Bizarro.

A mesa da assembleia geral será constituída por Álvaro Beijinha e José Pedro Calheiros, enquanto o conselho de marketing, órgão responsável pela aprovação da estratégia promocional da região, será integrado por Nuno Pina, Rita Soares, Jorge Rosado, Mónica Mcgill, Luísa Rebelo, João Madeira e João Raposo.

“Uma segunda prioridade”, diz o novo presidente, “será a consolidação de redes de oferta, atraindo novas dinâmicas”, como os caminhos de Santiago ou uma rede de autocaravanismo, “mas também criar redes de cycling [bicicleta] e pedestres, e naturalmente a sua internacionalização”.

Uma terceira área de trabalho passará pelo “diálogo concertado entre todos os agentes” ligados ao turismo e administração pública. “Sabe, as pessoas têm de ser colocadas no centro do desenvolvimento turístico, e isso implica formação e consciencialização das pessoas nesse sector”, diz o novo presidente.

A lista, sublinha fonte da candidatura, “obteve um consenso esmagador entre as diversas entidades participantes na actual assembleia geral, tendo sido subscrita por 112 dos 116 membros que integram este órgão”. Entre os apoios recolhidos encontram-se os de todos os presidentes de câmara do Alentejo e da Lezíria do Tejo, do representante do Estado e do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, António Ceia da Silva, das empresas turísticas e das associações empresariais setoriais de base regional e nacionais, além dos representantes das duas confederações sindicais (CGTP e UGT).

“Temos de entregar qualidade a quem nos visita e os segmentos turísticos são globalmente sempre muito exigentes”, defende o novo presidente, segundo o qual outra das prioridades será “apostar a sério na formação das pessoas e conseguir a atração de talentos vindos de outras zonas do país”. Um talento, refere, “é qualquer profissional que pode colmatar uma vaga, um posto de trabalho pela sua excelente qualidade. Está ligado à necessidade da especialização dos produtos e ofertas, isto é essencial para o nosso desenvolvimento”.

ANO EM ALTA

De acordo com José Santos, o território “pode superar os constrangimentos existentes e o turismo é um potencial em constante expansão, um instrumento para o constante desenvolvimento”. A prová-lo estão os indicadores estatísticos relativos aos primeiros meses do ano, que revelam um crescimento, “em todas as áreas turísticas”, face a 2022 e a 2019, o ano anterior à pandemia de covid-19. Ainda assim, defende, a região “tem de saber acelerar o crescimento das zonas periféricas da circulação turística”. Ou seja, “o consumo tem de ser mais rico e teremos de criarmos novas atividades e experiências, criações locais para diversificar o padrão de consumo”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, entre janeiro e maio deste ano foram contabilizadas 1,070 milhões de dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico na região (que, para efeitos estatísticos, inclui diversos municípios da Lezíria do Tejo). Em 2022, o primeiro ano pós-pandemia, foram 916.476, o que traduz um crescimento de 16% face a um dos melhores anos de sempre do Turismo do Alentejo e Ribatejo.

“Os museus, o Templo Romano de Évora, entre outros, são spots turísticos, mas temos de os saber diversificar, criar nichos alternativos e ofertas diferentes”, diz José Santos, definindo a estratégia para os próximos anos: “[Temos de] crescer mais em valor do que em volume, ou seja, aumentar a estadia média, através de projetos e iniciativas que fixem quem nos procura. Trata-se de trabalhar mais e melhor com os agentes locais, isso é primordial”.

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