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Sónia Ramos (opinião): “Quem quer saber do interior…?”

Sónia Ramos, deputada do PSD | Opinião

O PSD discutiu na Assembleia da República, um conjunto de cinco iniciativas direcionadas para intervenções de proximidade, de forma a mitigar as assimetrias regionais e melhorar o funcionamento das economias dos territórios do “interior” e diminuir a hemorragia populacional.

A conectividade e a melhoria das condições de acessibilidade são fundamentais. Foi proposta a reconstrução da antiga EN 255, entre Borba e Vila Viçosa, infraestrutura importante para a economia local e para o triângulo dos mármores. Medida chumbada pela maioria socialista.

Também propusemos a revisão dos instrumentos de planeamento territorial, estratégicos para o desenvolvimento das atividades económicas e para retenção e atração de pessoas e de investimento. Os Programas Regionais de Ordenamento do Território (PROT) estão desatualizados.

Passaram mais de 10 anos sobre a aprovação do PROT Alentejo e tudo mudou: a paisagem, os lençóis de centrais fotovoltaicas, o impacto do turismo, a carência generalizada de habitação, paralela ao abandono do parque habitacional, a produção e tecnologias agrícolas e a necessidade de compatibilizar todos estes fatores com a sustentabilidade ambiental.

Como é possível que a certificação do tapete de Arraiolos que se aguarda há mais de 20 anos, como forma de promover uma arte ancestral mundialmente conhecida e divulgada, mas eternamente ignorada pelo Estado português, ainda não seja uma realidade? Em 31 de janeiro de 2002, foi publicada a Lei n.º 7/2002, aprovada por unanimidade na Assembleia da República, com a pomposa epígrafe “Lei da Promoção e Valorização do Tapete de Arraiolos”, que nunca saiu do papel! A inércia do Estado português neste processo tem permitido a comercialização do tapete de Arraiolos pelo mundo, como sendo oriundo do Brasil e da China, com certificado de autenticidade! Um tapete que é nosso! É, por isso, da mais elementar justiça a equiparação do regime contributivo das bordadeiras da Madeira às tapeteiras de Arraiolos. Medida chumbada pela maioria socialista.

A Anta Grande do Zambujeiro “é o mais espetacular dos monumentos megalíticos portugueses, um dos maiores da Península Ibérica e da Europa” (…) mas está ao abandono. Nem o Município de Évora nem o Ministério da Cultura implementaram o plano de intervenção urgente, mas também de valorização e conservação, desprezando o seu potencial de investigação para a academia, para o turismo e sobretudo para a economia local. Medida chumbada pela maioria socialista.

Temos de cuidar das pessoas! Desporto e cultura. Sim. Porque o desenvolvimento humano dos portugueses que teimam em não abandonar o interior conta! O desporto é uma prática securizante para os jovens, instigadora de tolerância, de disciplina e de superação. Mas também pode ser um polo dinamizador das economias locais em territórios de baixa densidade. A instalação de um Centro de Alto Rendi- mento Desportivo no Alentejo, articulando investigação com o desenvolvimento desportivo, em parceria com a Universidade de Évora, pode ser um novo foco de desenvolvimento local.

Há 14 centros nacionais, apenas um está localizado a sul do Tejo, no Algarve. O último investimento direto de natureza governamental na área do desporto no distrito de Évora foi, precisamente, durante o Governo PSD/CDS, designadamente o Complexo Desportivo de Évora. Não basta fazer galas de desporto. É preciso dar condições e criar infraestruturas. Medida chumbada pela maioria socialista. 

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