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Médicos contra turnos de “72 horas seguidas” em Portalegre

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou, em carta aberta, para a “contínua degradação das condições de trabalho” no Hospital Dr.º José Maria Grande, em Portalegre, recordando terem sido feitos “diversos alertas” pelos médicos “relativamente ao incumprimento dos critérios mínimos de segurança plasmados pela entrega de documentos, relativos à escusa de responsabilidade”.

No ofício, dirigido à administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), o SIM refere que a “degradação” dos serviços “tem vindo a ser cada mais evidente desde logo com escalas de serviço de urgência para urgência interna e externa muito abaixo dos mínimos, escalas de obstetrícia abaixo dos mínimos, com médicos escalados 72 horas seguidas e [com equipas] compostas por médicos sem especialidade reconhecida em Portugal”.

Assinada pelo Secretário Regional do SIM/Alentejo, Armindo Sousa Ribeiro, a carta acusa a administração da ULSNA de “apenas” se preocupar “em afirmar, publicamente, que tudo está bem e em aumentar a contração de médicos tarefeiros, incapaz da fixação de médicos ou de contratar médicos com contrato individual de trabalho por tempo indeterminado”.

“Essa incapacidade e incompetência em resolver os problemas”, acrescenta Armindo Sousa Ribeiro, “tem alimentado uma cada vez maior revolta dos médicos que aí trabalham”.

O SIM diz ter tomado conhecido de uma carta enviada por quase todos os especialistas em medicina interna ao conselho de administração da ULSNA, na qual “demonstram a sua preocupação perante a precariedade das condições de trabalho, acrescendo o risco de erro médico devido ao elevado número de doentes a seu cargo”.

Os subscritores da carta consideram que “o serviço de urgência está em rotura completa” ao que se “soma uma incapacidade humana da observação e avaliação de todos os doentes internados”, não sendo asseguradas “as condições mínimas de qualidade assistencial, nem de segurança, nem para os profissionais de saúde, nem para os doentes”.

Segundo o sindicato, “se esta gravíssima situação continuar e se se mantiver este ambiente de frustração nesse serviço”, irá aumentar ainda mais a saída de especialistas, “persistindo a incapacidade de fixação dos médicos internos formados nesse serviço, o risco acrescido da perda de idoneidade, o que tornará ainda mais difícil a prestação de cuidados com níveis de segurança aceitáveis tanto para os médicos como para os doentes”.

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