Os trabalhadores da Misericórdia de Serpa vão manifestar-se amanhã, dia 8 de outubro, para exigir o pagamento de salários em atraso. A decisão foi tomada num plenário que reuniu cerca de uma centena de trabalhadores. Fonte sindical diz que os funcionários “não descartam outras formas de luta”.
Segundo a mesma fonte, em causa estão, “para além da desregulação de horários, pagamento do trabalho suplementar e outras irregularidades”, o não pagamento do vencimento relativo ao mês de setembro e do subsídio de férias dentro do prazo legal, “o que vem acontecendo de forma reiterada”.
“O Sindicado dos Enfermeiros Portugueses e o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços solicitaram uma reunião à Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Serpa, a qual não respondeu, e já reuniram com as entidades que têm acordo com a instituição e as situações não se resolvem”, acrescenta.
Citada pela Lusa, a vice-provedora da Misericórdia, Isabel Estevens, admitiu o “grande constrangimento a nível financeiro” com que a instituição se debate, o qual não se deve “a inércia e muito menos a falta de proatividade” da administração.
Segundo a responsável, a existência de atrasos ocorre pois a instituição “está dependente das transferências das verbas da tutela da Saúde para poder, atempadamente, até ao último dia de cada mês, cumprir com o pagamento dos vencimentos”. Em relação ao mês de setembro, garantiu que a Administração Regional de Saúde do Alentejo só “transferiu a verba na segunda-feira”, tendo os vencimentos sido posteriormente processados pela tesouraria.
Já em relação aos subsídios de férias, Isabel Estevens admitiu que a Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS) conseguiu “pagar a alguns funcionários”, mas “há outros que ainda não receberam”, estando a instituição a “envidar todos os esforços para poder pagá-los”.
O Grupo Parlamentar do PCP veio entretanto revelar que pediu a presença do secretário de Estado da Saúde na Comissão de Saúde na Assembleia da República, com “caráter de urgência”, para prestar esclarecimentos sobre o acordo de cooperação entre a SCMS e o Ministério da Saúde.
De acordo com o PCP, “desde a cedência do Hospital de São Paulo, a Misericórdia de Serpa tem revelado imensas dificuldades em cumprir o que foi definido no acordo de cooperação, entrando mesmo em incumprimento”, sendo “clara a incapacidade por parte da Misericórdia em gerir os serviços que presta à população”.