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SEF investiga redes de auxílio à imigração ilegal no Alentejo

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras está a investigar uma nova rota migratória para o Baixo Alentejo com origem em Timor-Leste. A rede, refere o semanário Expresso, é alimentada por “falsas promessas laborais” através da Internet, envolvendo agência de auxílio à imigração em Timor-Leste e empresas portuguesas de trabalho temporário, cada uma das quais “a ficar com uma parte dos mais de dois mil dólares pagos à cabeça pela viagem, contrato e inscrição ma Segurança Social”. Na maioria dos casos, avança o jornal, só é cumprido o trajeto até Portugal, via Dubai e Madrid. O destino destes imigrantes timorenses são as explorações de agricultura intensiva no Baixo Alentejo.

A investigação iniciou-se na sequência de denúncia de casos de “extrema fragilidade habitacional e social” em que viviam dezenas de imigrantes timorenses instalados nas freguesias de Cabeça Gorda (Beja) e Pias (Serpa), numa operação que além do SEF envolver a GNR, Segurança Social, Cáritas de Beja, Alto-Comissariado para as Migrações (ACM), Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), sindicatos e autarquias. 

“O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está no terreno, não só a investigar os três casos relatados, que podem esconder crimes de auxílio à imigração ilegal ou tráfico de seres humanos, mas também a esmiuçar os vários elos da cadeia e a dimensão do movimento migratório, com timorenses já identificados a trabalharem em vários pontos do país, quer nas vindimas do Douro (que a seca antecipou) quer no Alentejo e Algarve”, acrescenta o Expresso.

O primeiro alerta foi dado a 29 de julho, na freguesia de Cabeça Gorda, quando um grupo de 28 timorenses, que viviam numa habitação sobrelotada, foram expulsos por falta de pagamento. A casa fora arranjada por um empresário paquistanês, que não pagou a renda nem arranjou o trabalho prometido ou sequer iniciou a documentação dos trabalhadores. GNR, Junta de Freguesia, Cáritas e Segurança Social juntaram-se para lhes dar comida e teto, até hoje.

Em finais de agosto, a Cáritas em Beja apelou aos empresários, instituições e comunidade em geral para que possam ajudar a dar resposta a pedidos de apoio aos imigrantes da região, tendo em conta a dificuldade da instituição em “dar resposta às solicitações de ajuda” que lhe chegam diariamente.

Nessa altura, outros 40 imigrantes timorenses, “sem trabalho e sem possibilidade de comprar alimentos” foram despejados da casa que habitavam, tendo sido realojados pela Cáritas e pela Segurança Social de Beja. “É muito difícil [dar resposta a estas situações] porque não temos fontes de financiamento e os meios são cada vez mais escassos para tanta procura”, sublinha Isaurindo Oliveira, presidente da Cáritas de Beja, em declarações à Rádio Pax, o órgão de comunicação social que revelou a existência deste caso.

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