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“Se ‘esticarmos’ o Alqueva corremos risco de não garantir água”

O presidente associação dos Olivicultores e Lagares de Portugal (Olivum) está preocupado com os sucessivos alargamentos do uso de água a partir da Barragem de Alqueva. 

“Face à pressão que existe atualmente sobre o Alqueva, consideramos que o mais importante e sensato é consolidar as áreas regadas que existem atualmente [em vez de expandir a zona de influência]”, diz Pedro Lopes em entrevista ao jornal “Expresso”, na qual reafirma receios já anteriormente expressos pela associação que dirige.

“Se ‘esticarmos’ o Alqueva estendendo a sua influência na situação atual, corremos o risco de não garantir água para os investimentos realizados e a água não chegar para os compromissos atuais”, acrescenta o presidente da Olivum, antecipando que a campanha deste ano poderá resultar numa produção de 140 mil toneladas de azeite, superior às 126 mil da campanha do ano passado.

Apesar das geadas do final de inverno e início de primavera terem “condicionado o potencial produtivo”, a campanha, garante Pedro Lopes, “não sendo extraordinária, será boa e melhor que a anterior”.

“Estamos hoje numa situação em que Portugal é largamente autossuficiente para o seu consumo, mas é também um importante exportador, situação completamente inversa ao início dos anos 2000, em que Portugal não produzia o suficiente para o seu consumo”, refere o presidente da Olivum, segundo o qual os principais mercados para venda a granel são Itália e Espanha, sendo que o Brasil é o principal mercado de destino do azeite embalado português.

“O azeite português é muito bom, e isso é evidente quando vemos as classificações conseguidas pelo azeite nacional nos concursos internacionais por esse mundo fora. O que acontecia é que antes Portugal não produzia sequer para o consumo e por isso não era um país exportador, agora que tem dimensão, sobretudo com as novas plantações e modernização do olival no Alentejo, Ribatejo e até Trás-os-Montes, a produção ganha outra dimensão e interesse”, garante.

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