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Renasce o sonho da prática do râguebi em Estremoz

Alexandre de Barahona, texto

Aí estão eles de novo, os Lobos portugueses a jogar no Campeonato do Mundo de Râguebi, disputado neste momento em França. É a segunda vez que Portugal atinge esta fase final, a primeira foi em 2007, curiosamente também em França, onde a nossa seleção era a única equipa a não contar com qualquer jogador profissional da modalidade.

Desta vez, entre os portugueses são vários os que jogam em clubes estrangeiros, sobretudo franceses, dividindo-se entre esses e os que por cá integram os emblemas portugueses. Por entre todos eles, um nome alentejano, o do eborense José Lima, que fez a sua formação no Clube de Rugby de Évora (CRE), indo depois para o Agronomia (Lisboa) e finalmente para o Carcassonne de França, onde atualmente joga.

Estreou-se aos 18 anos nos Lobos e hoje com a idade de 28, conta 32 internacionalizações por Portugal. Segundo José Lima, uma das “seleções anteriores, conseguiu feitos históricos difíceis de igualar”, contudo esta geração, com o apuramento para a fase final, tem as circunstâncias para pelo menos, “honrar os antigos” jogadores. E acredita que nestes Lobos “há hoje muita qualidade e bastante quantidade, existindo potencial para conquistar resultados bastante interessantes”.

O râguebi no Alentejo é uma modalidade em amplo desenvolvimento, jogando-se há mais de 50 anos, com excelente formação nas camadas mais jovens e tendo o seu exponencial máximo sobretudo num triângulo desenhado entre os clubes das cidades de Montemor-o-Novo, Évora e Elvas.

Aliás a final do derradeiro Campeonato de Portugal (o segundo escalão competitivo da Federação Portuguesa de Rugby) foi arduamente disputada entre o CRE e o Rugby Clube de Montemor-o-Novo (CRM), sagrando-se campeões esta última equipa, que assim subiu ao primeiro nível do râguebi nacional.

Pelo meio desta geografia, destaque para Borba, de início em estreita parceria com o Clube de Rugby de Estremoz, e onde perdura a prática, com o apoio do Rugby Clube de Montemor-o-Novo. Estremoz, por seu lado, viu nascer e crescer o seu clube de râguebi, mas infelizmente o projeto desportivo não singrou.

Dito isto, enquanto há esperança e vontade, o râguebi estremocense ainda está vivo. Quem o garante é Miguel Correia, o “velho” capitão e dirigente de Râguebi Clube de Estremoz: “Conseguimos formar a nossa equipa aqui da cidade branca, quando a seleção portuguesa participou no mundial em 2007, entre um grupo de amigos, uns já com e periência e outros menos. Iniciámos os treinos, o que chamou a atenção do pessoal de Borba. E eles vieram juntar-se a nós. Mais tarde, cada um manteve o seu clube, nós aqui em Estremoz, e eles por lá”.

Foi uma época em que a áurea participação dos Lobos no mundial entusiasmou a prática da modalidade pelo país fora, e o Alentejo não foi exceção. Aproveitando a experiência e o desbravar do caminho, feito pelos mais antigos no final dos anos 70, 80 e 90, sobretudo em Elvas, Évora e finalmente Montemor.

Miguel Correia chegou a ser campeão ibérico por Portugal, quando ainda jogava pelo Clube de Rugby de Évora (CRE). Belos tempos, onde jogar râguebi em terrenos relvados era um luxo no Alentejo. Chegaram os estremocenses, naquela altura, a organizar um campeonato alentejano de râguebi com o Juromenha, Borba, Elvas, Portalegre e claro, a equipa de Estremoz. Isto, além de vários torneios extra federação e diversas demonstrações nas escolas da região, ainda com o Henrique Garcia.

“Houve um enorme alvoroço nos mais jovens e chegámos a ter uma equipa de juniores a competir no campeonato nacional, que era treinada pelo José Carlos Cortes. Pela primeira vez tivemos um campo relvado quando pudemos partilhar o campo de futebol da cidade. Uma vez treinavam eles, outra treinávamos nós”, lembra Miguel Correia.

De 2006 a 2012 viveram-se os “tempos de ouro” do râguebi em Estremoz. Depois sucedeu aquilo que é normal nas localidades onde não há universidade: “Os seniores andavam a estudar em Évora ou Lisboa, pelo que se dividiram pelo CRE e pelo Agronomia. Com os juniores sucedeu o mesmo, uns anos mais tarde”, sublinha.

Ao longo dos anos, houve algumas tentativas de reatar a prática da modalidade, ainda sem sucesso. Miguel Correia tem fé no futuro: “Aqui só temos a natação, o hóquei em patins e o futebol como modalidades desportivas. Acredito, que haja lugar para a prática do râguebi”. Por esse motivo, vão desafiar a população para que suceda em 2023 o mesmo que aconteceu em 2007. Ou seja, que a participação dos portugueses na fase final do mundial motive os jovens a irem agarrar na bola oval e descubram um jogo onde a valorização do espírito de equipa, de entreajuda e de verdade desportiva superam outros interesses.

“É um sonho meu e de muitos dos antigos jogadores da- qui, retomarmos o râguebi em Estremoz. Convido os jovens dos 8 aos 16 anos de idade, a entrarem em contacto connosco, e aos veteranos a trazerem os seus filhos”, acrescenta Miguel Correia que pede a divulgação do seu contacto telefónico ( é o 964953740) e do email (aqui fica: rugbyestremozclube@gmail. com) para que, ao verem na televisão os jogos dos Lobos, todos possam obter mais informações sobre os treinos de râguebi em Estremoz.

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