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Raide equestre leva cavaleiros por 180 km na Serra d’Ossa

Estremoz está a ser palco, até ao próximo dia 17 de março, do Raide Internacional Quinta do Carmo, agora na sua sétima edição. Pretexto para uma entrevista com João Rodrigues, presidente da Associação Hípica de Estremoz. Ana Luísa Delgado (texto)

Comecemos pelo Raide. Quantos conjuntos estão inscritos e de que países?

Em geral, costumam vir espanhóis, franceses, alguns conjunto de países árabes, o ano passado tivemos um do Equador, às vezes também do Chile. Temos mais de 20 conjuntos inscritos e, depois, o que é habitual é termos mais gente a participar se não estiver a chover, é pessoal que gosta de trabalhar com bom tempo.

Em termos de participação de Estremoz?

Quanto às perspetivas dos cavaleiros aqui de Estremoz, Filipe Costa é um bom cavaleiro, já representou Portugal no estrangeiro, Luís Buinho também é um bom cavaleiro, ambos estarão em prova. A Inês Rodrigues também, mas ainda anda na classe de debutante, a égua não é dela, ela tem duas mas são de saltos… é o que temos, para já.

Esta é uma das principais provas que se realiza em Portugal?

Correto. É um concurso internacional, este já é o sétimo ano em que se realiza, aqui na zona o mais antigo é o de Santa Eulália, que já tem vários anos. Presentemente temos já um certo ‘ranking’, é um internacional de três estrelas, o que também ajuda a chamar mais pessoal estrangeiro.

É uma prova que tem por palco a Serra d’Ossa. Quais as maiores dificuldades?

A maior dificuldade é a própria Serra, muitos dos cavaleiros estão habituados a galopar e a andar em terreno plano e agora vão apanhar zonas de Serra, alguma atitude, como se costuma dizer, vão apanhar até com algumas ladeiras bastante empinadas, e irão sofrer um bocadinho. Isto obriga os cavaleiros a conhecerem bem os seus cavalos e terem de se poupar… não estando propriamente por dentro das questões veterinárias, acho que nunca foi socorrido ninguém na nossa prova. Tivemos o caso de um cavaleiro que se perdeu, o ano passado, acabando por ser eliminado, mas nunca tivemos acidentes. Tudo estará bem sinalizado, os juízes têm sempre dado um louvor à organização.

Como irá decorrer a prova?
O início e o final será no campo de futebol da Glória, mesmo frente à Herdade das Carvalhas, segue em direção aos escritórios da Portucel, mais ou menos a meio, onde se podem ver todos os cavaleiros nas distâncias em que estão inscritos. Teremos três itinerários, o de 20, o de 30 e o de 40 quilómetros, que serão percorridos de acordo com a inscrição do cavaleiro: se se inscreveu nos 90 quilómetros, terá de os percorrer todos. Quer sábado, quer domingo o raide começa pelas sete da manhã, não haverá pausa para almoço, se o cavalo for considerado apto pela inspeção veterinária prossegue o caminho, e será assim até completarem a prova. Se o cavalo recuperou do esforço e for considerado apto, continua, se isso não acontecer será eliminado por falta de aptidão física. A prova rainha, de três estrelas, terá um total de 180 quilómetros, a percorrer entre sábado e domingo.

Acha que está a haver um maior interesse pelas modalidades equestres?
Gostávamos que houvesse ainda mais… o caso da Inês, por exemplo, que é muito raro concorrer a um Raid, foi campeã nacional de CCE, concurso completo de equitação, e gostávamos que mais gente montasse a cavalo, aqui em Estremoz, na nossa associação, ou noutras regiões do Alentejo. Um cavalo não é como uma bicicleta que a gente cansa-se e encosta, o cavalo já não, tem de comer todos os dias, tem de ser limpo todos os dias, tem de ser trabalhado com muita frequência, são necessárias instalações, tudo isso e as condições financeiras das famílias também dificultam um pouco a prática destas modalidades equestre.

A IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAR PROVAS DE SALTOS

Do ponto de vista associativo, como é que se encontra a Associação Hípica de Estremoz e que projetos tem em carteira?

Estamos ali um bocado “entalados”, como se costuma dizer. A Associação está localizada dentro de Estremoz, a nível de acessibilidades é quase impossível fazer um concurso de saltos, se temos sítio para fazer os saltos não temos local para parar os reboques, se temos para os reboques não sobra espaço para os saltos, o que temos possibilidade de realizar são estas provas de Raide. Os projetos que existem passam por levar os nossos alunos a outros lados, caso de Elvas, Alter do Chão, Montemor-o-Novo, Reguengos, ou a outros lados… nos saltos, o ano passado fomos às três provas que existem, Taça de Portugal, Campeonato e Jovens Amazonas, um em Lisboa, outro na Golegã.

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