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Quiosques com “problema resolvido” até final do ano

Ana Luísa Delgado (texto) e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

Câmara de Estremoz garante que até final do ano os quiosques instalados no Rossio estarão funcionais. Projeto envolve investimento de quase 100 mil euros.

O debate “aqueceu” a última reunião pública de Câmara. E terminou com o anúncio feito pelo presidente, José Daniel Sádio, segundo o qual até final deste ano o problema dos quiosques do Rossio ficará “resolvido”. Os que já foram concessionados irão passar a ter melhores condições, os restantes irão finalmente abrir, sendo destinados à venda de produtos regionais e de artesanato.

Na agenda da reunião estava uma proposta apresentada pela vereadora social-democrata Sónia Ramos, “para a requalificação e afetação dos quiosques do Rossio às atividades características do concelho”. A proposta acabou “chumbada”, com os votos contra do Executivo socialista, que considerou “extemporânea” a iniciativa, e a abstenção do Movimento Independente por Estremoz (MiETZ).

“É uma questão que a todos tem preocupado”, disse a vereadora do PSD, recordando que os quiosques, “colocados de acordo com o projeto existente, não correspondem às necessidades dos comerciantes que há longos anos desenvolvem as suas atividades” no Rossio.

“A situação”, prosseguiu, “agrava-se, as condições em que os produtos alimentares têm sido expostos e vendidos não são as melhores, temos um problema para resolver, sentimos que quem nos visita olha com tristeza para esta situação”.

Além de referir a necessidade de garantir condições de “sombreamento e climatização” aos quiosques, Sónia Ramos defendeu ainda a “afetação” dos que se encontram fechados à venda de “produtos característicos de Estremoz”, dos Bonecos ao vinho e ao artesanato, numa “montra do que de melhor se faz no concelho”.

Na resposta, o presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, recordou que o projeto do Rossio “estava adjudicado” quando o atual Executivo tomou posse, em 2021. “O que estava no projeto é o que ali está e o que foi apresentado publicamente há três anos”. Segundo o autarca, a tipologia dos quiosques “foi a definida pelo dono da obra”, o Município, sendo que a empresa a quem foram encomendados “nem sequer sabia” que iriam servir para a comercialização de frutas e de outros produtos alimentares.

“É um processo que não deveria ter acontecido, aquilo são estufas”, prosseguiu o autarca, classificando a proposta do PSD como “extemporânea” uma vez que “não faz sentido votar algo que já está decidido”. E revelou que a solução passa por colocar “um avançado de três metros”, que permitirá criar soluções de sombreamento, e fechar uma parte das estruturas “para garantir um melhor isolamento”. Para isso, sublinhou, será necessário um investimento na ordem dos 100 mil euros, que “irá ao encontro de tudo o que foi pedido” pelos comerciantes.

“Não é fácil termos folga para incorporar cerca de 100 mil euros, mas conseguimos, há cabimento, o que vai demorar mais tempo será o procedimento [administrativo]”, esclareceu José Daniel Sádio, garantindo que a obra a realizar não demorará mais de duas semanas. “Acredito que estará concluída este ano e que ficaremos com o problema resolvido”.

Por outro lado, prosseguiu, os restantes quiosques que se encontram fechados “serão destinados a produtos regionais ou artesanato”, num processo em que “será envolvida” a recém-criada Associação Dinamizadora da Olaria de Estremoz.

“Propunha que não votássemos [a proposta do PSD] pois isto está a ser feito (…) não vou votar favoravelmente uma proposta para me obrigar a fazer o que estou a fazer, isso não faz qualquer sentido”, insistiu o presidente da Câmara. “Se vai de encontro ao que todos pen- samos para este espaço e para o Rossio, não vejo porque devemos retirar [a proposta]”, contrapôs Sónia Ramos.

Já José Carlos Salema, naquela que terá sido a sua última reunião enquanto vereador do MiETZ (ver notícia nesta edição), referiu tratar-se da “primeira vez” que o Executivo socialista “deu explicações em detalhe” sobre o processo. “Há unanimidade em relação ao que é necessário fazer (…) vamo-nos abster pois existe da parte do presidente [de Câmara] a assunção desse compromisso”, concluiu. 

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