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PSD contra “estado calamitoso” da saúde no Alentejo

Constrangimentos no funcionamento do Hospital de Évora levam presidente da distrital do PSD a escrever ao ministro da Saúde, pedindo a sua “intervenção pessoal” para fazer face “à total ausência de assistência e de socorro”

Francisco Alvarenga (texto) e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

O presidente da Comissão Política Distrital de Évora do PSD, Francisco Figueira, escreveu uma carta aberta ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, na qual considera que “o estado absolutamente calamitoso” a que o Governo socialista conduziu o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “tem causado danos, em muitos casos irreparáveis ao povo português, e em particular ao povo da região do Alentejo”.

A carta foi endereçada depois da Comissão Executiva do SNS ter anunciado o encerramento do serviço de urgência pediátrica do Hospital de Évora durante a noite, “sendo que os graves constrangimentos no seu funcionamento são publicamente assumidos” desde meados deste mês e “ir-se-ão prolongar”.

Ainda no Hospital do Espírito Santo, prossegue, o serviço de urgência polivalente “anunciou graves constrangimentos de funcionamento” nos serviços de medicina interna e cirurgia geral, “não se sabendo quando será retomado o seu normal funcionamento”.

Francisco Figueira lembra ter sido notícia que a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) sediada no Hospital de Évora “falhou o socorro a um grave acidente” ocorrido na autoestrada A6, perto de Montemor-o-Novo, tendo sido substituída por uma viatura de Alcácer do Sal.

“As viaturas do INEM na região do Alentejo, em resultado da política de cativações dos governos socialistas, têm em média 18 anos de idade, e milhares de quilómetros percorridos, encontrando-se em estado de obsolescência absoluta”, sublinha o dirigente social-democrata, assinalando ainda a falta de acordo entre os médicos e o Ministério da Saúde, “não havendo perspetiva de normalização da situação laboral desses profissionais”.

Na carta dirigida a Manuel Pizarro, o líder da distrital do PSD diz que “a situação de bloqueio e inoperacionalidade” do SNS a nível nacional “tornou-se insustentável, e na região do Alentejo assume ainda mais gravidade, porque a dimensão geográfica do nosso território e a falta de oferta alternativa ao SNS conduz as nossas gentes à total ausência de assistência e de socorro”.

Classificando a situação de “insustentável e inadmissível”, Francisco Figueira pede ao ministro “que de forma imediata intervenha direta e pessoalmente no funcionamento do Hospital do Espírito Santo, em Évora, tomando as medidas de investimento e gestão que se impõem, para pôr fim aos graves constrangimentos que se verificam no seu funcionamento.

PERÍODO CRÍTICO

Em comunicado, a Comissão Executiva do SNS diz que o Serviço Nacional de Saúde “atravessa um período crítico da sua existência” e explica que este contexto “resulta de diversas condicionantes, tais como a escassez de recursos humanos na área da saúde, experienciada a nível mundial, o recurso excessivo pelos portugueses a cuidados de saúde em contexto de urgência hospitalar e a elevada dependência histórica do recurso a trabalho extraordinário, por parte dos profissionais de saúde, para manutenção do funcionamento dos diferentes pontos da rede de serviços de urgência”.

A Comissão diz ainda que “tem acompanhado a situação com preocupação e organizado de forma ativa as respostas assistenciais, sempre em estreita articulação com os profissionais e equipas do terreno, assim como com as lideranças clínicas e de gestão das instituições hospitalares” nas diversas regiões, incluindo o Alentejo.

Outro serviço em dificuldade foi a “via verde AVC” do Hospital de Beja, tendo os doentes sido encaminhados para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, a uma distância superior a 160 quilómetros.

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