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PSD/Beja contra “medida avulsa” para realojar migrantes

O PSD de Beja considera que o realojamento temporário de trabalhadores migrantes em contentores instalados no Estádio Flávio dos Santos, que deverá ficar concluída até ao próximo dia 14, não passa de uma “curta, avulsa, temporária e motivada por pressões externas”. Ana Luísa Delgado (texto)

De acordo com Nuno Palma Ferro, vereador da Coligação Beja Consegue, liderada pelo PSD, a solução encontrada pelo Município de Beja “não permite um caminho para a resolução de situações de pessoas que dormem na rua ou em espaços devolutos e que necessitam de ajuda”.

Conforme noticiado pela SW Portugal, estes trabalhadores encontram-se a residir em condições precárias, sem eletricidade, nem água canalizada ou esgotos, no edifício da antiga Refer, propriedade da Cruz Vermelha Portuguesa. 

Dizendo que a Coligação que lidera tem vindo “desde há muito tempo” a alertar para o problema, e acusando a Câmara de “não desenvolver uma ação eficaz no combate aos sem abrigo da cidade”, Nuno Palma Ferro, em reunião pública do Município, recordou a proposta social-democrata para a criação de “um espaço permanente, onde pudessem pernoitar e ser monitorizados, controlados e apoiados todos os imigrantes” a viverem na rua ou em prédios devolutos. “A Câmara de Beja não aceitou a inclusão desta proposta no orçamento para 2024, no qual votei contra”.

Ainda de acordo com o vereador do PSD, existe o receio deste realojamento provisório de transformar “numa situação de continuidade e para isso já temos em Beja o infelizmente maus exemplo do Bairro das Pedreiras”. Nuno Palma Ferro acusou ainda o presidente da Câmara de ter tomado uma decisão “unilateral” do Executivo, tomada “sem consultar a oposição”.

“Tenho uma paciência de santo, porque com outros presidentes não faria o que faz aqui”, respondeu Paulo Arsénio, considerando “absolutamente injusto” qualquer referência a “falta de transparência” do Município. “A Câmara responde com os dados que tem no momento às perguntas que nos são feitas, lamentamos que da vossa parte seja interpretado como falta de transparência, é de uma profunda injustiça e de uma profunda inverdade. Às vezes questiono-me que só falta dar as chaves aos vereadores da oposição e sentar-vos no meu lugar. Falta de transparência é que não tem havido”.

Antes, o presidente da Câmara já havia considerado tratar-se de uma “solução eficaz, com condições e muito bem estruturada”, que vem permitir “ultrapassar uma situação muito complicada” no concelho, com a ocupação do edifício da antiga Refer, que levantava “questões de saúde pública, nalguns casos muito alarmantes”.

“Não se trata de nenhum gueto”, prosseguiu, “não vai haver segundo Bairro das Pedreiras [no Estádio Flávio dos Santos]. Podemos sempre cometer erros, não devemos é repetir os do passado. Tranquilizo os cidadãos de Beja que não vai haver ali contentores ilegais”.

Já a vereadora Marisa Saturnino (PS), com o pelouro da Ação Social, enquadrou as questões levantadas pelo PSD com o aproximar das eleições: “Percebemos que em período eleitoral até dá jeito gerar o pânico entre munícipes, mas é o que temos em Beja por parte de alguns elementos da oposição (…) precisamos de mais sensibilidade, mais empatia e mais solidariedade”.

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