Imigração e controlo de fronteiras foram tónicas do discurso do presidente da Iniciativa Liberal, esta terça-feira em Beja.

Depois de uma reunião com a Associação de Agricultores do Sul, Rui Rocha centrou as declarações aos jornalistas na temática da imigração, horas depois de o ex-líder do PSD, Pedro Passos Coelho, ter vindo à campanha eleitoral que “precisamos de ter um país aberto à imigração, mas cuidado que precisamos também de ter um país seguro”.

A visão do líder da Iniciativa Liberal não anda longe: “Precisamos de ter uma estrutura que trata do controlo de fronteiras, que trata do acolhimento de quem quer trabalhar em Portugal e, portanto, é fundamental termos uma estrutura, chame-se como entender, a funcionar nessa matéria”.

Rui Rocha classificou a decisão do Governo de extinguir o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras como “péssima”, acrescentando que a IL “é completamente contrária a qualquer visão de exploração de seres humanos, sejam eles quem forem”.

Trata-se de um assunto particularmente “sensível” no Baixo Alentejo, onde milhares de trabalhadores migrantes têm sido contratados para trabalhos na agricultura, acabando a viver em condições sub-humanas e explorados por redes de tráfico de seres humanos, algumas das quais desmanteladas em operações da Polícia Judiciária.

“Houve decisões péssimas do PS, a extinção do SEF nos termos em que foi feita é uma delas, precisamos de uma estrutura que trate do controlo de fronteiras, chama-se SEF ou que se entender, pois queremos uma imigração com dignidade e com direitos”, resumiu Rui Rocha em declarações aos jornalistas, nas quais considerou “perfeitamente normal” o aparecimento de Passos Coelho na campanha da AD.

“Cabe à direção do PSD saber qual é o seu caminho, onde é que se coloca, eu não tenho grande interesse em fazer leituras políticas porque tenho propostas claras nas diferentes matérias”, concluiu.