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Plano Ferroviário Nacional: Intercidades vai chegar a Portalegre

Luís Godinho texto | Nuno Morão fotografia (wikimedia commons)

Não há data, nem estimativa de custos. Mas o Plano Ferroviário Nacional (PFN), agora em discussão pública, prevê a chegada dos comboios Intercidades à cidade de Portalegre, ligando-a a Elvas, Évora e Beja. Sobre a mesa está igualmente a construção de um ramal que leve o comboio até à capital do Alto Alentejo, “cortando” a distância de cerca de 13 quilómetros entre a cidade e a estação ferroviária.

“Com a eletrificação da Linha do Alentejo, entre Casa Branca e Beja, deverão retomar-se os serviços Intercidades diretos entre Lisboa e Beja, eliminado a necessidade de transbordo em Casa Branca”, refere o PFN, consultado pela SW Portugal, segundo o qual, “tendo em conta as atuais frequências entre Lisboa e Évora, e antevendo uma frequência similar na ligação entre Lisboa e Beja, estamos já próximos da possibilidade de criar um horário cadenciado alternado a cada hora entre os serviços a Évora e a Beja”. 

“Neste padrão de serviço”, prossegue o documento, “a cidade de Vendas Novas passaria a contar com ligações a cada hora a Lisboa”.

A principal novidade prende-se, no entanto, com a “possibilidade do prolongamento” do Intercidades entre Lisboa e Évora até Elvas e, daí, a Portalegre, potenciada com a eletrificação da Linha do Leste. “A ligação Lisboa-Portalegre pode ser feita em cerca de 2h40, assumindo a manutenção das atuais velocidades permitidas na Linha do Leste”, acrescenta o PFN.

Esta possibilidade surgirá depois da entrada em exploração da linha de alta velocidade entre Évora e Elvas, que permitirá o prolongamento do Intercidades até à cidade raiana, com um tempo de viagem estimado em cerca de duas horas, ou seja, “semelhante” ao que é feito por automóvel.

“Com a construção da nova ponte sobre o Tejo, combinada com a eletrificação da Linha do Leste, a ligação ferroviária de Lisboa a Portalegre torna-se competitiva com o automóvel, igualando o seu tempo de viagem de cerca de 2h15”.

Elaborado pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação, o Plano Ferroviário Nacional chama a atenção, como “fator negativo”, para a distância que separa a estação ferroviária de Portalegre do centro da cidade. Para resolver este problema é defendido o estudo da construção de “um ramal ou variante” que permitisse aproximar a estação de Portalegre à cidade, “melhorando a atratividade do modo ferroviário”. Assim, das 3h20 de tempo de viagem, atualmente existente, entre Lisboa e Portalegre, passar-se-ia para cerca de 2h15. Com a “vantagem” de a ligação incluir paragens em Casa Branca (permitindo o acesso a Beja e ao Algarve), Évora e Elvas.

Ainda de acordo com o PFN, os serviços internacionais para Madrid serão “muito beneficiados com a construção da nova travessia do Tejo”, passando a permitir um tempo de viagem de 1h20 entre Lisboa e Badajoz. “Contando que, nesta fase, já estará completa a ligação de alta velocidade entre Badajoz e Madrid, o tempo de viagem total entre as capitais deverá ficar claramente abaixo das quatro horas, num patamar que já se começa a tornar competitivo com o transporte aéreo”, refere o PFN.

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