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Pessoa sequestrada. Arte destruída. Ataque de ódio em Évora

Francisco Alvarenga texto | Gonçalo Figueiredo fotografia

A cidade de Évora, que vai ser palco, esta sexta-feira, da sua primeira Marcha do Orgulho LGBTQIA+, foi alvo de um ataque de ódio realizado ontem à tarde, quando três indivíduos entraram na Igreja de São Vicente, manietaram o funcionário da autarquia e vandalizaram as obras de arte que integravam a exposição “Missiva de Amor e Ódio”.

“É irónico que o primeiro evento a ser atacado desta forma seja precisamente uma exposição que tenta levantar uma reflexão sobre o ódio que é gerado contra a comunidade LGBT, que é uma comunidade que a única coisa que tenta fazer é viver de uma forma livre e espalhar amor. E a exposição era sobre isso, precisamente”, disse Rolando Galhardas, da comissão organizadora do Évora Pride, citado pela Diana Fm. “”Foi uma tentativa declarada de nos assustar e causar medo através do ódio”, acrescentou.

A Câmara de Évora já manifestou o seu “repúdio pelos atos de violência e vandalismo ocorridos na Igreja de São Vicente, visando um funcionário municipal e a exposição de artes visuais aí patente”. Através de uma publicação no Facebook, a autarquia acrescenta estarem a decorrer investigações policiais e judiciárias tendo em vista o apuramento das devidas responsabilidades criminais.

A autarquia endereça, ainda, “uma palavra de solidariedade à comissão organizadora e às demais entidades parceiras da iniciativa Évora Pride, reafirmando a sua posição de defesa intransigente das liberdades de expressão, reunião e associação”.

Também o Bloco de Esquerda e o Livro já reagiram a este ataque.

Sublinhando ter-se trado de um “ato de vandalismo hediondo”, o Bloco garante que “o ódio e o preconceito não passarão”. Em comunicado, o partido repudia “todos os atos de homofobia, transfobia e bifobia e reafirma a sua solidariedade com a comissão organizadora do Évora Pride, relembrando que se juntará sempre em torno dos valores da solidariedade, tolerância, celebração da diversidade e da dignidade da vida de todas as pessoas”. 

Ouvida na TSF, a deputada bloquista Joana Mortágua acrescentou que “este ato de vandalismo teve o efeito perverso de mostrar como ainda há tantas manifestações de ódio e como ainda é tão preciso lutar pela visibilidade e pela segurança e pelos direitos das pessoas LGBT”.

Também o Livre já condenou estes ataques, “injustificado de qualquer prisma e [que] reforçam a necessidade de continuar a luta pelos direitos das pessoas LGBTQIA+, que continuam a ser atacadas e discriminadas em Portugal e no mundo”.

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