PUBLICIDADE

PCP e PSD contra “constrangimentos” no Hospital de Évora

Os grupos parlamentares do PCP e do PSD questionaram o Ministério da Saúde sobre as medidas que está a tomar para “resolver o grave problema das urgências” e de outros serviços no Hospital de Évora.

Francisco Alvarenga (texto) e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

Sublinhando que, em diversos períodos, as escolas de serviço nas Urgências do Hospital Espírito Santo “não estão a ser asseguradas”, o deputado comunista João Dias lembra que, só no passado mês de dezembro, existiram “vários constrangimentos” no funcionamento dos serviços, tanto na urgência polivalente como na medicina interna e na pediátrica.

“Esta situação a não ser atempadamente corrigida, vai prolongar-se para os próximos meses”, acrescenta o deputado, segundo o qual os problemas decorrem da “falta de medidas por parte do Governo no sentido de criar as condições para resolver as carreiras médicas, o que leva muitos profissionais a sair do Serviço Nacional de Saúde e origina que os mais novos não sentem nenhuma atração para o integrarem”.

“Acresce”, diz João Dias, “que a falta de profissionais nos cuidados primários de saúde, em todos os concelhos do distrito de Évora, leva a que muito utentes sobrecarreguem os diversos serviços de urgência hospitalar e aumenta as despesas das famílias”.

Também o PSD, cujos dirigentes distritais reuniram recentemente com o conselho de administração do Hospital de Évora, dirigiu uma pergunta ao Ministério da Saúde, classificando a situação de “insustentável e inadmissível” e exigindo explicações ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro. “Tem o ministro conhecimento que, neste momento, um terço do território nacional se encontra numa situação caótica no que se refere ao acesso a cuidados de saúde, especialmente ao nível da urgência”, questionam os deputados social-democratas.

Na pergunta, subscrita pela deputada do PSD por Évora, Sónia Ramos, os deputados do PSD apontam várias falhas no funcionamento do Hospital de Évora, de um tempo de espera na urgência que “chegou às 24 horas”, aos “constrangimentos” na urgência pediátrica, “encerrada” em diversos períodos. 

“O Serviço de Urgência Polivalente, anunciou graves constrangimentos de funcionamento logo a partir do dia 19 de novembro nos serviços de medicina interna e cirurgia geral, não se sabendo quando será retomado o seu normal funcionamento”, lamenta o PSD, lembrando ainda que viatura médica de emergência e reanimação (VMER) chegou a “falhar o socorro a um grave acidente” ocorrido na autoestrada A6.

“As viaturas do INEM na região do Alentejo, em resultado da política de cativações dos governos socialistas, têm em média 18 anos de idade, e milhares de quilómetros percorridos, encontrando-se em estado de obsolescência absoluta”, criticam os deputados social-democratas, segundo os quais “a situação de bloqueio e inoperacionalidade do SNS no país tornou-se insustentável, e na região do Alentejo assume ainda mais gravidade, porque a dimensão geográfica do território e a falta de oferta alternativa ao SNS, conduz à ausência de assistência e de socorro”.

UTENTES PREOCUPADOS

A Comissão de Utentes em Defesa dos Serviços Públicos de Évora apelou também ao Governo para responder às necessidades dos profissionais de saúde, considerando que os constrangimentos nos serviços hospitalares não podem ser o “novo normal”. Em dezembro, a Comissão promoveu um protesto junto à unidade de saúde para exigir “respostas definitivas” por parte do Ministério da Saúde em relação ao condicionamento no funcionamento de vários serviços. “Se nos dizem que não há falta de dinheiro para investir no Serviço Nacional de Saúde, queremos esse investimento e ter respostas para as pessoas que têm problemas de saúde”, criticou a porta-voz dos utentes, Mónica Lopes.

Partilhar artigo:

FIQUE LIGADO

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

© 2024 SUDOESTE Portugal. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por WebTech.