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“Património de Vila Viçosa foi atingido com gravidade”

O Centro de Estudos de Cultura, História, Artes e Património (CECHAP) diz-se “preocupado com a falta de atitude, por parte dos responsáveis, no acompanhamento e intervenção no património arquitetónico público”. Esta tomada de posição surge depois do incêndio que destruiu a cobertura do Cineteatro Florbela Espanca, em Vila Viçosa.

Em comunicado, o CECHAP sublinha que “as intervenções nesta tipologia de equipamentos, devem ser asseguradas por estudos exaustivos, onde a qualificação dos técnicos e dos operários sejam determinantes para a sua realização”.

Recorde-se que, segundo o presidente da Câmara de Vila Viçosa, o incêndio teve origem em trabalhos de soldadura que estavam a ser efetuados no âmbito do projeto de requalificação desta sala de espetáculos, encerrada há 14 anos.

“Não podemos continuar a assistir a lacunas profissionais, a falhas desnecessárias, distanciadas dos seus objetivos de conservação do nosso património coletivo”, refere o CECHAP, considerando “urgente” capacitar as empresas de obras públicas, “dotando-as de plenos profissionais, com competência técnica nas diversas áreas de especialização”. I

Segundo o Centro, “importa que haja responsabilização” nas competências destas equipas, “que interpretem as pré-existências dos espaços, que avaliem a substituição dos materiais e dos equipamentos a instalar, sempre e de acordo com o rigor e preocupação na salvaguarda de pessoas e bens” pois “o resultado final de cada intervenção dependerá do respeito por princípios da defesa do património e da qualidade das regulamentações impostas para sua implementação”.

O comunicado recorda as conclusões do último encontro nacional do Fórum do Património, realizado em Estremoz, segundo as quais “os projetos de especialidade de empreendimentos envolvendo a reutilização de edifícios ou conjuntos históricos, sobretudo os de índole construtiva e estrutural, são frequentemente entregues a engenheiros ou engenheiros técnicos pouco atentos ao valor histórico-artístico das pré-existências e da envolvente ou, até, desconhecedores quer dos princípios a que devem obedecer tais intervenções, quer das técnicas tradicionais e de reduzida intrusividade”.

A direção do CECHAP solidariza-se ainda com o executivo da Câmara de Vila Viçosa, “para que este seja capaz de ultrapassar este momento difícil e encontrar uma solução eficaz, para que Vila Viçosa possa vir a ter o espaço do Cineteatro Florbela Espanca com a dimensão e dignidade que merece, ao serviço da cultura e da região”. 

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