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Palácio renovado “de olhos postos” na Capital Europeia da Cultura

Maria Antónia Zacarias texto | Gonçalo Figueiredo fotografia e vídeo

Candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027, Évora continua a sua caminhada de requalificação de um conjunto de espaços culturais, entre os quais se destaca a intervenção realizada no Palácio de D. Manuel, onde foi criado o Centro de Acolhimento Turístico e Interpretativo de Évora e Alentejo Central. 

O objetivo de criação de estruturas que possam responder ao nível de exigência dos fluxos turísticos, nomeadamente no que se refere ao apoio geral, logística e informação qualificada não apenas sobre a cidade de Évora, mas também todo o Alentejo Central, está a ser conseguido, segundo a autarquia, que salienta que pelo “coração” da cidade passam cercam de 300 mil turistas por ano. 

“Esta reabilitação é exemplar de como se pode intervir no património histórico e dar-lhe uma oportunidade que contribua para servir o presente e o futuro da cidade de Évora”, afirma o presidente da Câmara, Carlos Pinto de Sá. 

O autarca explica que quando o executivo municipal “recebeu” o Palácio, classificado como Monumento Nacional, este estava muito degradado, sendo preciso reabilitá-lo para que contribuísse para o desenvolvimento da cidade. A ideia era que o palácio comportasse várias valias, entre as quais um centro interpretativo para que “os visitantes pudessem ter uma noção da cidade que foi fundada há cerca de dois mil anos”. 

Assim, é possível ao visitante “imaginar Évora no período árabe e romano com recurso às novas tecnologias é uma das valias deste espaço de acolhimento e que o torna extremamente atrativo”. É com este centro que se abrem as portas para a população local e para quem visita esta cidade Património da Humanidade, mostrando o passado longínquo, o mais recente, o presente e projetando os tempos vindouros.

A obra, que decorreu durante cerca de dois anos, contempla uma zona de exposição permanente localizada na sala do rés-do-chão, uma sala de exposições temporárias com diferentes propostas para atingir vários públicos e uma outra de conferências, no primeiro andar, que vão complementar e enriquecer toda a programação do Palácio. “Queremos que este seja um equipamento, com uma programação anual, que permita responder às necessidades da população, mas também de eventos nacionais e internacionais”, sublinha Carlos Pinto de Sá.

Orçado em 1,3 milhões de euros, o projeto inclui, ainda, novas instalações sanitárias, climatização passiva de todos os pisos, insonorização da sala de conferências e sistemas de luminotecnia compatíveis com as exigências de conservação preventiva decorrentes da nova utilização do edifício.

O presidente da Câmara conta que o município quis retomar a ligação direta do Palácio de D. Manuel à Praça 1.º de Maio, além da que existia anteriormente pelo Jardim Público, estabelecendo uma ligação espacial mais próxima entre os dois locais, mas também disponibilizando uma plataforma elevatória para as pessoas com mobilidade reduzida.

Este icónico monumento, simbólico do Património Mundial, que completou em 2016 cinco séculos de existência, encontra-se estrategicamente localizado junto ao local onde os autocarros param com os turistas, perto da Capela dos Ossos, da Igreja de São Francisco e no coração do centro histórico “por onde circulam cerca de 300 mil turistas por ano”. 

“Entendemos que, no contexto de um programa mais alargado de revitalização do centro histórico, devíamos olhar para vários equipamentos da cidade, entre os quais o Palácio D. Manuel”, reitera o edil, lembrando que é o que resta de um vasto conjunto de edifícios reais.

Recorde-se que o Palácio de D. Manuel ou, mais corretamente, a Galeria das Damas, é a única construção que subsiste atualmente do antigo complexo do Paço Real de S. Francisco, mandado erigir pelo rei D. Afonso V. Habitado por vários monarcas portugueses, foi mandado destruir em 1619, aquando da visita de Filipe III ao país, que mandou desfazer o palácio “em prol” da comunidade.

Atualmente, este monumento é entendido pela Câmara Municipal “também como um espaço que responde a uma necessidade de desenvolvimento cultural e de desenvolvimento sustentável da nossa cidade”, “valorizando Évora como Cidade Património Mundial”. 

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