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“Os arquitetos querem ter mais voz junto das instituições”

Alexandre de Barahona, texto

As eleições estão marcadas para o próximo dia 21 de setembro. Cláudia Gaspar, a atual presidente da Secção Regional do Alentejo da Ordem dos Arquitetos tem a reeleição garantida. Lidera a única lista que se irá apresentar a votos.

A presidente cessante da Ordem dos Arquitetos (OA) no Alentejo, e candidata única à sua própria sucessão, lamenta que esta seja uma eleição com lista única. “É pena, porque é mais aliciante existir uma certa oposição, para existir debate em torno de diferentes ideias e até para [favorecer] a democraticidade do ato eleitoral.”  Inquirida sobre o porquê desta situação, quer acreditar que possa refletir “uma validação do trabalho que foi feito” pela atual direção. 

“Por outro lado”, acrescenta, “vejo também aí uma vontade de união dos próprios arquitetos, em redor do projeto regional que desejamos. Por fim, admito que talvez expresse algum desinteresse por parte dos associados, embora queira acreditar que essa seja uma franja bem menor”. 

No entanto, existe outra razão que fundamenta esta singularidade. A única lista que irá a votos é composta, sim, por nomes da direção atual, mas também soube incorporar nomes de arquitetos que, há três anos, concorreram integrados noutras listas. 

“Existe uma espécie de fusão com a anterior lista B, que integraram agora a nossa lista. Uma parte da equipa é renovada com pessoas que vieram de outras listas. E, desta forma, conseguimos ter cobertura em um maior espectro de áreas no Alentejo”, explica.

Claúdia Gaspar apela a que se entre numa fase de consolidação, e que novas iniciativas possam melhorar a profissão e “ter mais voz junto das instituições, sobretudo mais força política a nível nacional”. Até porque, lamenta, o Governo atem vindo a aprovar leis, como o Programa Mais Habitação, “sem consultar inúmeros profissionais”, aqui se incluindo a Ordem dos Arquitetos. “No que respeita ao Alentejo, a relação institucional tem sido positiva, estabelecemos bons intercâmbios, bons protocolos com as instituições de ensino superior e com muitos municípios. A este respeito, o trabalho tem sido de esforço comum e está bem consistente”, garante a candidata, sem esquecer a cooperação com os congéneres espanhóis, com quem partilharam iniciativas e assinaram “um protocolo muito promissor”. 

A OA representa mais de 28 mil arquitetos portugueses e estrangeiros e regula o respetivo exercício profissional. Tem ainda um papel preponderante na promoção e na defesa da arquitetura, dentro e fora das nossas fronteiras.

Para Cláudia Gaspar, o balanço deste triénio no Alentejo é positivo. “Três anos é um período curto para se atingirem os objetivos propostos, até porque inicialmente a implementação da Secção Regional levou muito tempo a fazer. Está quase pronta, mas ainda exige trabalho. Foi tudo feito de raiz ao nível da gestão interna e financeira, dos recursos humanos, da procura e conceção própria da sede”, relembra a arquiteta, atual e próxima presidente da direção alentejana da OA.

E o futuro?  “O objetivo é a convocatória dos colegas para a sua a participação ativa no processo [de consolidação] da Ordem a nível regional. Hoje estamos nós na direção, mas um dia sairemos. E isto é de todos”.

Além de Cláudia Gaspar, a única lista a votos é composta pelos arquitetos Nelson Rosmaninho (vice-presidente), Carlos Baioneta de Almeida (presidente do Conselho de Disciplina) e Daniel Carrapa (presidente da Mesa Assembleia Regional). “O tempo passou a correr e mesmo assim fizemos imensas coisas. Um novo mandato não é de continuidade, mas de consolidação, com a equipa renovada para fazer mais e melhor”, remata.

BYRNE ‘VERSUS’ AVELINO

Criada em 1998, a Ordem dos Arquitetos (OA) tem uma sede nacional situada em Lisboa. Há três anos foram criadas sete secções. Às eleições marcadas para o próximo dia 21 de setembro apresentam-se três listas, cujos líderes nacionais são os arquiteto Avelino Oliveira (lista A), Gonçalo Byrne (lista C), que atualmente preside à OA, e Nuno Costa (lista B), que apenas se apresenta a votos na representação dos Açores. O curioso não se fica por aqui. É que a lista C apresenta candidaturas a todas as regiões do Continente, exceto… ao Alentejo. Bem como na Madeira e Açores. 

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