A Universidade de Évora atribuiu o Prémio Literário Vergílio Ferreira ao escritor angolano Ndalu de Almeida, popularmente conhecido como Ondjaki.
Numa decisão tomada por unanimidade, o júri, presidido pelo professor da Universidade de Évora Antonio Sáez Delgado, destaca “o contributo que Ondjaki faz para que a língua portuguesa seja língua de reconciliação e mesmo de consciência crítica para todos os falantes de português”.
Ondjaki nasceu em Luanda, Angola, em 1977 e estudou sociologia na Universidade de Lisboa. As suas obras incluem poemas como “Actu sanguíneu”, contos “Momentos de aqui”, livros infantis “A bicicleta que tinha bigodes” ou romances “Quantas madrugadas tem a noite” e “Bom dia, camaradas.”
É também autor de peças de teatro e argumentos para cinema. Ao longo da sua carreira recebeu inúmeros prémios, incluindo o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco (em 2007) ou o Prémio Literário José Saramago pelo seu romance “Os Transparentes”.
Em 2012, o jornal britânico The Guardian nomeou-o como um dos cinco escritores africanos mais importantes. Os seus livros foram traduzidos para francês, italiano, alemão, inglês, sérvio, polaco e sueco. Em Umbundu, uma das línguas nacionais angolanas, Ondjaki significa “guerreiro”.
Tal como nas edições anteriores, a cerimónia de entrega do galardão está agendada para o dia 1 de março, data em que se assinala o aniversário da morte do escritor Vergílio Ferreira (1916-1996), patrono do prémio e autor de “Aparição”.
O Prémio Vergílio Ferreira foi atribuído, pela primeira vez, já tendo distinguido autores como a Maria Velho da Costa, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Agustina Bessa-Luís, Lídia Jorge, entre outros.