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“O mandato foi positivo, mas não me vou recandidatar”

Ana Luísa Delgado texto | Gonçalo Figueiredo fotografia

Por muito “sorriso” que esteja habituado a fazer às “dificuldades”, o Clube de Futebol de Estremoz está mergulhado numa crise diretiva sem fim à vista. Uma nova assembleia geral eleitoral deverá ser marcada nas próximas semanas. Gestão do clube entregue a comissão administrativa.

O mandato dos atuais órgãos sociais, presididos por Ana Simeão, chegou ao fim e na assembleia geral realizada no passado dia 2 de junho ninguém “se chegou à frente”. Uma nova assembleia eleitoral deverá ser marcada para as próximas semanas.

Em entrevista ao “Brados do Alentejo”, Ana Simeão afirma “não estar disponível para continuar”, embora não se alongue nas razões: “As pessoas dizem sempre tanta coisa…”. No balanço de mandato, destaca a conquista do Campeonato Distrital de Juniores A, na época 2021/22, bem como a aprovação pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude de uma candidatura para a requalificação do Campo de Jogos Esplanada Parque. O Instituto “entra” com 33,5 mil euros, mas a obra custará mais de 70 mil. “Temos de ter mais apoios para a executar”, diz a presidente cessante.

Apontando a resolução da atual crise diretiva como a “prioridade” do clube, Ana Simeão lembra que em 2025 o Estremoz festejará o centenário. 

Já foi encontrada solução para a direção do clube?

Ainda não. Temos de convocar uma nova assembleia geral própria para a apresentação de uma lista. Dia 2 de junho houve uma assembleia geral em que um dos pontos era a eleição dos órgãos sociais para o triénio 2023/2025 e não apareceu lista nenhuma. Estamos em comissão administrativa e a dar os passos necessários para a convocação de uma nova assembleia onde possa surgir uma lista. Ainda não há data programada. 

Acredita que será possível encontrar uma solução a curto prazo?

Acredito que sim, pois as pessoas dizem sempre tanta coisa, que fazem isto ou aquilo… bom, tenho esperança que apareça uma lista a curto prazo e que este impasse seja resolvido. Uma lista à qual eu não irei pertencer. Nós não iremos recandidatar, pode ser que algum dos diretores entre nessa lista, eu não o farei.

E porque é que decidiu não se recandidatar a presidente da direção?

Não estou disponível para continuar… há pessoas que estão fora dos órgãos sociais e que, cá fora, dizem que faziam as coisas de uma maneira, ou de outra. Não quero falar disso. Não estou disponível para continuar. Recebemos uma verba do Instituto Português do Desporto e da Juventude [no valor de 33,5 mil euros para a requalificação do Campo de Jogos Esplanada Parque], mas para fazermos o resto da obra temos de ter apoios.

Como é que o clube está a ser gerido?

Através de uma comissão administrativa… estamos todos a trabalhar em comissão administrativa, não poderemos sair até que uma nova direção tome posse. Cá estamos para resolver o que terá de ser resolvido, tratar do essencial para manter o clube a funcionar.

Que balanço faz desta sua passagem pela presidência do Clube de Futebol de Estremoz?

Faço um balanço positivo destes três anos de mandato, um mandato que foi bastante difícil, desde logo por causa da pandemia que provocou forte impacto em muitas modalidades, como a natação, uma vez que a piscina esteve muito tempo fechada, houve miúdos que saíram e já não voltaram. Por causa da medida houve muita gente que se afastou, embora já estejamos a sentir, desde há alguns meses, um aumento do número de atletas. Ganhámos o Campeonato Distrital de Juniores A [numa prova sem qualquer derrota e com um saldo favorável de 66 golos], tivemos bons resultados no hóquei em patins e na natação… foi criada uma classe de patinagem artística, na ginástica e na dança participámos em várias provas. Bom, como referi, temos aprovado pelo IPDJ o projeto de renovação do piso do campo de jogos e, desde que consigamos o resto do apoio, a obra será para fazer. É por isso que faço um balanço positivo deste mandato, apesar de não estar disponível para continuar.

O que é que gostaria de ter feito? 

Tanta, tanta coisa que ficou por fazer. Olhe, o lema do Clube de Futebol de Estremoz é “Sorrindo às Dificuldades”… se tivéssemos verbas teríamos feito muito mais coisas, como é evidente. Precisávamos de renovar a frota de carrinhas, ter o piso do campo já em condições, que também pode ser uma fonte de rendimento para o clube, ainda que pequena. Este é um projeto que custa cerca de 70 mil euros, já tendo em conta o aumento de custos por causa da inflação, dos quais temos atribuídos 33,5 mil pelo IPDJ. Falta o resto. 

E, neste momento, qual é a saúde financeira do clube?

Vão dentro dos possíveis, por enquanto não temos dívidas… tentamos gerir os subsídios que nos são atribuídos da melhor forma possível. Só para a manutenção da sede do Clube é uma conta de quase dois mil euros por mês.

Como perspetiva o futuro do Clube e quais os maiores desafios que a próxima direção terá pela frente?

Espero, antes de tudo, que apareça uma lista pois o clube irá comemorar o centenário em 2025, e espero que a nova direção oriente bem o clube. Quem vier que o “tome” com amor e que o geria da melhor forma, não sendo tarefa fácil.

FORMAÇÃO CERTIFICADA

O Clube Futebol Estremoz vai receber a certificação como entidade formadora “de três estrelas”, ao abrigo do processo de certificação realizado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF). “Trata-se de um objetivo plenamente conseguido pelo departamento de futebol”, refere fonte do clube, indicando que esta certificação corresponde “ao máximo” a que o Estremoz “pode atualmente aspirar”. Segundo a mesma fonte, o processo de certificação “desenvolveu-se ao longo de vários meses, com produção de documentos, implementação de novos métodos organizacionais, aquisição de materiais médicos e outros, auditorias internas e externas, ações de formação e outras atividades”.

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