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Nova época de caça com menos coelhos e lebres

Ana Luísa Delgado, texto

Mais de 90 mil caçadores iniciam ano venatório começa com baixas expectativas na caça menor (a coelhos e lebres) e a certeza de uma época alta na caça maior, sobretudo aos javalis.

residente da organização mais representativa do setor cinegético, a Federação Portuguesa de Caça (Fencaça), Jacinto Amaro não tem dúvidas que o ano venatório, agora iniciado, “não será muito bom” para a chamada caça menor: “Ainda não ultrapassámos as doenças que afetam algumas das espécies mais emblemáticas do setor, nomeadamente a doença vírica hemorrágica, que está a dizimar a população de coelho-bravo, e a mixomatose, que está a afetar as lebres”.

Acresce que a diminuição do efetivo de coelhos e de lebres foi também acompanhada da redução das populações de perdizes em resultado de um ano que se revelou particularmente seco, “o que se repercute bastante na nidificação desta espécie”.

Por outro lado, para os mais de 90 mil caçadores o ano será promissor no que diz respeito à caça maior, como gamos e veados, mas sobretudo javalis, cuja população registou um “aumento exponencial” nos últimos anos, com prejuízo para a agricultura, em especial na produção de milho, e para a segurança rodoviária.

“Estamos a tentar resolver este problema, juntamente com o Governo, já se realizaram algumas reuniões para encontrar forma de minimizar estes prejuízos provocados pelos javalis, aumentando a caça”, diz Jacinto Amaro, segundo o qual “adivinham-se boas montarias” ao longo dos próximos meses.

De há uma década o número de caçadores diminuía ao ritmo de 10 mil por ano, agora o número de licenças de caça estabilizou entre as 90 e as 100 mil por ano. “A conjuntura não tem sido favorável para atrair jovens caçadores devido aos custos associados a esta atividade e às transformações que têm vindo a acontecer, designadamente às doenças que afetam coelhos e lebres e às alterações climáticas que prejudicam as espécies cinegéticas”, sublinha o presidente da Fencaça, esperançado em que o ciclo se “inverta” caso “estes problemas se resolvam e se as [aves] migratórias, como pombos e tordos, voltarem a estabilizar”.

Segundo Jacinto Amaro, os caçadores e agricultores “são resistentes” e constituem mesmo o “último garante da conservação da natureza”, por mais que os movimentos anticaça digam o contrários. “Somos nós, caçadores, agricultores e produtores pecuários que intervimos no mundo, que somos os mais atingidos com as alterações climáticas, com a seca, e com ataques constantes de quem não percebe que no dia em que abandonarmos estes territórios isto fica tudo ao abandono, sujeito aos incêndios e à desertificação”.

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