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“Motor Social” de Vila Viçosa combate exclusão social

Maria Antónia Zacarias texto

Mudar positivamente a vida das pessoas é a aposta do “Motor Social/CLDS 4G”, da Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa, que está no terreno desde junho de 2020.

O “Motor Social” é um instrumento de combate à exclusão social, numa perspetiva de proximidade com a população, contribuindo para o aumento da empregabilidade, da capacitação e valorização pessoal e familiar, diminuindo as situações de dependência dos serviços e potenciando a autonomia e a melhoria da qualidade de vida da população. 

Nelson Rebola, coordenador do programa, salienta que o projeto incutiu uma grande dinâmica na comunidade, como se pode “comprovar” pelo número de beneficiários. Nos primeiros dois anos de funcionamento foram ajudadas 1440 pessoas, sendo que atualmente o número de beneficiários diretos é superior a 1600. A proximidade junto das famílias e o esforço para a descentralização das atividades são apontados como os principais pontos fortes deste projeto que Vila Viçosa quer ver renovado, já em 31 de maio de 2023, com a criação de mais uma “geração” do “Motor Social”, para que continue a fazer a diferença no concelho.

O Programa Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) 4G é promovido pela Câmara Municipal de Vila Viçosa e pelo Instituto de Segurança Social, sendo coordenado e executado pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa. As atividades e as ações do projeto realizam-se nas quatro freguesias do concelho, em especial nas freguesias rurais, zonas mais isoladas e com menos capacidade de acesso a recursos e serviços.

Financiado por fundos estruturais em conformidade com a legislação nacional e europeia aplicável, designadamente pelo Fundo Social Europeu (FSE), o “Motor Social” divide as suas ações em duas áreas de intervenção: emprego formação e qualificação, por um lado, e intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil, por outro.

“Cada eixo de intervenção é concretizado através de ações obrigatórias estabelecidas pelo programa CLDS 4G, bem como por atividades organizadas num plano de ação, constituído com base no diagnóstico social, noutros dados sobre o Município de Vila Viçosa e em algumas sugestões dos membros do Conselho Local de Ação Social (CLAS) de Vila Viçosa”, explica Nelson Rebola.

Este responsável afirma que o projeto imprimiu uma dinâmica forte na comunidade, com uma taxa de execução média de 181% para as atividades planeadas até 31 de maio de 2022. “Em termos de resultados do projeto, em dois anos, no eixo 1, trabalhámos com 556 beneficiários diretos, realizámos 821 atendimentos, com 152 beneficiários integrados em mercado de trabalho e 78 encaminhados para formação profissional”. E acrescenta: “Gostaríamos ainda de destacar os 668 encaminhamentos para ofertas de emprego, as centenas de ofertas de emprego publicadas nas redes sociais, as atividades realizadas para desenvolvimento de competências dos desempregados de todas as freguesias do concelho, os quatro projetos de empreendedorismo apoiados e as atividades desenvolvidas na comunidade e junto dos alunos do ensino secundário de Vila Viçosa”.

TAXA DE EMPREGABILIDADE ACIMA DOS 47%

De acordo com os dados disponibilizados, em maio de 2022, dos participantes no denominado “eixo 1”, visando o emprego, a formação e a qualificação, 321 beneficiários encontravam-se desempregados quando entraram na “operação”. Sendo que, destes, 152 encontraram emprego. O que traduz um resultado de 47,35% de taxa de empregabilidade. 

De acordo com os dados do “Motor Social”, dos 97 desempregados de longa duração inscritos no projeto, 40 foram integrados no mercado de trabalho, o que “representa uma taxa de sucesso” de 41,23%. Quanto à procura do primeiro emprego, dos 51 beneficiários, 21 começaram a trabalhar e seis foram encaminhados para formação. “Mais uma vez a taxa de sucesso da intervenção junto dos desempregados à procura do primeiro emprego supera os 40%”. 

Até ao momento, foram executadas 39 ações coletivas na área do reforço de competências individuais, do empreendedorismo e na divulgação de medidas ativas de emprego que foram distribuídas por todas as freguesias. Do total de ações, 26 decorreram nas freguesias rurais, “num esforço da equipa de prestar um acompanhamento mais próximo dos habitantes destas freguesias”. 

Nuno Rebola avança que no âmbito do “eixo 2”, dedicado à intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil, foram realizadas mais de 150 ações na comunidade, ao nível da capacitação dos agregados familiares, da melhoria das suas relações familiares e redução dos conflitos, mas também no desenvolvimento de atividades extracurriculares, de lazer e educativas, junto dos jovens e crianças do concelho. 

Segundo este responsável, tratam-se de atividades que “assumem uma importância crescente” na medida em que o “Motor Social” responde “a todas a estas crianças e jovens que, por algum motivo, são impedidas de participar ou de ter acesso a serviços por dificuldades económicas, geográficas ou outras”.

Apesar das contingências e do período restritivo vivenciado devido à pandemia de covid-19, a equipa garante ter conseguido desenvolver um programa de atividades “dinâmico e de grande proximidade com as famílias”, tentando responder às suas necessidades, quer de desenvolvimento pessoal e de integração social, quer no desenvolvimento de atividades junto dos jovens e crianças do concelho para a criação de estilos de vida saudáveis e de combate à exclusão social.  “Realizámos dezenas de atividades, trabalhando com cerca de 200 famílias e 1072 pessoas”. 

ENTIDADES “SEMPRE DISPONÍVEIS” PARA COLABORAR

O diretor do “Motor Social” considera que o sucesso deste projeto assenta também na equipa que o dinamiza e que caracteriza como “unida, dinâmica, com uma grande capacidade de trabalho e disponibilidade para as pessoas”. E salienta: “Quando estavam todos em casa em plena pandemia, estávamos a trabalhar a 100% junto das pessoas e da comunidade”. Outro aspeto que Nuno Rebola evidencia é a grande aceitação de todas as entidades do concelho, “sempre disponíveis para colaborar e trabalhar em parceria”. O “Motor Social” assume-se, então, “como mais uma ferramenta, um apoio à comunidade e às suas instituições, para em conjunto resolver os problemas das pessoas que são o cerne deste território”.

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