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Governo alertado para “vandalismo” na antiga Fábrica Robinson

Luís Godinho texto | Gonçalo Figueiredo fotografia

O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) alertou a Direção-Geral do Património Cultural para o “estado de degradação de extrema gravidade” em que se encontra o património industrial corticeiro da antiga Fábrica Robinson, em Portalegre, apelando à “intervenção urgente” do Estado e da autarquia sob pena de “perdas irremediáveis”.

Numa nota de imprensa, Os Verdes dizem ter tentado, sem sucesso, obter uma audiência com a presidente da Câmara de Portalegre para analisar o “o estado de degradação e as medidas urgentes a tomar” sobre este conjunto patrimonial que se encontra classificado como sendo de Interesse Público.

Face à ausência de resposta avançaram com uma exposição à Direção-Geral do Património Cultural onde se diz que o “cenário de vandalismo e destruição é devastador” e se considera “fundamental tomar medidas para vedar os vários espaços da unidade fabril, nomeadamente através do entaipamento dos seus acessos, parecendo ser esta a única solução instantânea para a preservação deste espólio e ainda a remoção do vastíssimo acervo documental, com vista à sua preservação e salvaguarda”. 

Ainda segundo o partido, “tudo parece conjugado para que este património tão caro aos portalegrenses, como o demonstraram claramente com a petição de mais de 4000 assinaturas que deu entrada na Assembleia da República, e que poderia inclusivamente ser o mote para o crescimento e o reavivar de que esta capital de distrito do interior de Portugal tanto necessita, venha a ter um trágico fim”.

Lamentando que o estado atual do complexo fabril “leva a que seja imperativo perguntar quanto mais tempo terá o património móvel da Fábrica Robinson até desaparecer por completo, até que fiquemos perante armazéns despidos incapazes de contar a história daquela grandiosíssima fábrica e de todos aqueles que lá passaram anos significativos das suas vidas”, Os Verdes acrescentam tratar-se de um “património único, com o potencial que representa para o desenvolvimento deste concelho, do distrito e do país”.

Em novembro de 2017, a Assembleia da República aprovou uma resolução em que recomenda ao Governo a adoção de medidas de “preservação e valorização” do património industrial da antiga Fábrica Robinson. Entre estas medidas inclui-se a realização de um diagnóstico sobre a situação patrimonial do conjunto – que integra a Igreja e o antigo Convento de São Francisco – “calendarizando uma intervenção urgente para garantir a sua salvaguarda e determinando as medidas provisórias ou técnicas de proteção indispensáveis e adequadas para o efeito, nomeadamente as que revelam maior urgência”.

Na altura era também recomendada a realização das obras “necessárias e fulcrais para assegurar a proteção e segurança imediatas do edificado e do espólio da Fábrica Robinson, em especial das chaminés, do telhado e das máquinas, face a intempéries, atos de vandalismo ou outras situações suscetíveis de causar perdas e danos irreparáveis a este valioso património arqueológico, industrial e corticeiro”.

Sucede que, passados mais de cinco anos, nenhuma das medidas consideradas prioritárias foi executada. Os atos de vandalismo acentuaram o grau de destruição. E há também um vasto acervo documental que está em risco. “Estando atualmente a decorrer as obras de reabilitação do antigo edifício dos Paços do Concelho, por parte da autarquia, com vista à instalação de um Arquivo Municipal, não se compreende o aparente desinteresse por este património arquivístico que conta uma parte importante da história da fábrica e consequentemente do concelho e da região”, lamentam Os Verdes.

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