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Abandono dos Almendres preocupa PSD/Évora

O Cromeleque dos Almendres, em Évora, classificado como Monumento Nacional, enfrenta riscos de conservação. Uma das obras classificadas como “urgente” para preservar este conjunto, considerado  o mais importante monumento megalítico do seu tipo na Península Ibérica e um dos mais relevantes da Europa, é a reposição do solo em todo o recinto. Mas nem isso é feito. Numa resposta aos vereadores do PSD na Câmara de Évora, que têm insistido no tema, a Direção Regional de Cultura (DRC) do Alentejo diz que essas obras estão autorizadas desde o passado mês de janeiro.

“O Cromeleque dos Almendres é um monumento da responsabilidade do Governo, que está em propriedade particular e, durante anos, não foi possível encontrar um acordo que possibilitasse uma relação entre o proprietário e o Ministério da Cultura”, lembrou o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, na reunião pública da autarquia realizada esta quarta-feira.

O autarca lembrou que no anterior mandato, e “apesar de não ser da sua responsabilidade”, a Câmara de Évora assinou um contrato de comodato com o proprietário do terreno, tendo o Grupo Pro-Évora apresentado um projeto de salvaguarda do monumento, da autoria do arquiteto Nuno Lecoq. “Esse projeto foi elaborado, foi apresentado à Direção Regional de Cultura e não foi aprovado, havendo um conjunto [significativo] de diferenças [entre a posição do Pro-Évora e a do Ministério da Cultura]”.

Ainda de acordo com Carlos Pinto de Sá, a autarquia “já disse que assumiria” a obra de reposição dos solos, com o respetivo acompanhamento arqueológico, estando a ser ponderadas as soluções técnicas para o efetuar.

“Desconhecia a existência de autorização para realizarmos a obra”, acrescentou o autarca, em resposta a um conjunto de questões colocado por Henrique Sim-Sim, vereador do PSD, segundo o qual a Direção Regional de Cultura do Alentejo já terá autorizado a reposição dos solos desde o passado mês de janeiro.

Numa resposta dirigida à concelhia de Évora do PSD, a que a SW Portugal teve acesso, a DRC do Alentejo esclarece que o município de Évora é o “dono de obra”, ou seja, a entidade “responsável pela intervenções de conservação dos acessos e envolvente ao monumento”, nos termos do contrato de comodato celebrado em 13 de setembro de 2019 com os proprietários do Cromeleque dos Almendres.

Ainda de acordo com a DRC do Alentejo, a “reposição de terra e posterior sementeira no interior do recinto e envolvente do Cromeleque de modo a garantir a conservação e consolidação/estabilização do terreno e da base dos monólitos” está autorizada desde janeiro de 2022, sendo o parecer do Ministério da Cultura “condicionado ao acompanhamento arqueológico destes trabalhos tal como a lei obriga”.

Na resposta é sublinhada “a necessidade de colocação de sinalética explicativa e de uma vedação provisória de modo a evitar a entrada de visitantes durante o período de consolidação do prado, bem como a necessidade de se rever e completar” o projeto apresentado pelo Grupo Pro-Évora, além da elaboração de um plano de gestão “que defina um modelo de visita e um conjunto de medidas que garantam a sua conservação e salvaguarda no tempo”. 

Ao longo do último mês, a SW Portugal questionou insistentemente a Direção Regional de Cultura do Alentejo sobre o estado de abandono e riscos do Cromeleque dos Almendres e da Anta Grande do Zambujeiro, não tendo obtido qualquer resposta.

(notícia revista às 19:40)

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