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“Melhor abastecimento de água é necessidade gritante”

Margarida Maneta texto

Numa entrevista a propósito dos primeiros seis meses de mandato autárquico, Sónia Ramos, vereadora da coligação PSD/CDS na Câmara de Estremoz, diz não encontrar “nenhuma novidade” no trabalho da atual maioria, “além da aceitação de transferência de competências” na área da saúde. Segundo Sónia Ramos, a melhoria do abastecimento de água deve ser uma prioridade do município. Mas por enquanto, refere, “é só uma intenção” do Executivo socialista.

Seis meses depois das últimas autárquicas, que balanço faz do trabalho do executivo?

São os primeiros seis meses de um executivo que inaugura as suas funções e, portanto, ainda estamos a aguardar quais são as grandes linhas e os grandes projetos que o presidente tem para o concelho. Até porque os projetos que estão a ser levados a cabo ou a ser concluídos são, naturalmente, projetos cuja autoria vem do mandato anterior. Confesso que além da aceitação da transferência de competências, e que era uma coisa que estava absolutamente prevista e programada, não encontro nenhuma outra novidade.

O que é que destacaria como melhor e pior?

Acho que ainda é cedo para estarmos a etiquetar o trabalho do executivo. Como referi, naturalmente que há obras que terminaram e vinham do executivo anterior, mas é mesmo assim, continua-se o trabalho em curso. Os projetos novos deste executivo, tanto quanto sei, ainda não são conhecidos. Portanto, há aqui um trabalho de continuidade do que estava previsto e quanto aos projetos e obras não podia ser de outra maneira porque estas têm que ter continuidade…

Como a Estratégia Local de Habitação, por exemplo?

A Estratégia Local de Habitação estava pronta, sabemos que este executivo mandou rever porque não concordava inteiramente com as prioridades definidas nesse documento. Estamos a aguardar e seria também um dos pontos fundamentais para Estremoz, relacionado com a política de habitação, e que este executivo mandou rever a planificação concluída e aprovada em Assembleia Municipal. Aguardo os resultados [dessa revisão] com alguma expectativa, sendo que é um dos pilares que a coligação que represento identificava como fundamentais em Estremoz. 

O que é que deveria ter sido feito e ainda não foi?

Há vários problemas ao nível da cidade e que têm a ver com o abastecimento de água em que o presidente nos diz que continua a ser uma das suas prioridades e que aguarda que sejam abertos concursos em que possa incluir e enquadrar esta necessidade gritante de Estremoz que é melhorar a sua rede de abastecimento público de água. Julgo que este, pelo menos nas palavras do presidente, será um dos seus projetos estruturantes, mas que ainda não têm tradução no papel nem existe nenhuma abertura de financiamento. Vamos aguardar, sendo que para já é só uma intenção. 

Como é que tem corrido o diálogo com a maioria do PS?

Da nossa parte, e porque sempre dissemos que estamos em Estremoz para construir e ajudar o concelho a desenvolver-se do ponto de vista económico e humano, o diálogo tem sido urbano e simpático porque temos tido uma postura de urbanidade e educação relativamente a todas as forças políticas que estão representadas na Câmara e na Assembleia Municipal. Da nossa parte, corre bem, sendo que são públicas as reuniões e assembleias municipais e, portanto, os estremocenses podem fazer a avaliação da postura institucional e pessoal de cada um, sendo que esta avaliação não pode ser replicada no diálogo com outras forças políticas… mas, da nossa parte, temos cumprido e respeitado o mandato que nos foi conferido. 

Quais as suas previsões para os próximos seis meses?

O que o presidente vai fazer nos próximos seis meses não lhe posso responder… não sei o que o presidente e o seu executivo têm planeado. Nós, em seis meses, apresentámos quatro propostas em reunião de câmara. Uma tem a ver com a melhor mobilidade em espaços públicos da própria Câmara Municipal e dos seus edifícios e relativamente à segurança dos seus trabalhadores e utentes que frequentam os espaços públicos. Apresentámos uma segunda proposta com contributos muito válidos para o plano municipal de prevenção e combate da violência doméstica e de género. Uma terceira tem a ver com a melhoria do acesso rodoviário à Escola Básica do Caldeiro que é uma reivindicação antiga, quer dos habitantes, quer dos encarregados de educação. A escola fica à beira do IP2 e não há forma de deixar as crianças em segurança, nem a sua saída da escola é absolutamente segura porque não existem barreiras de proteção nos passeios para que as crianças não tenham a tentação de ir para a estrada, sabendo nós o movimento, especialmente ao nível dos veículos pesados, que o IP2 configura no meio de uma cidade. Uma quarta proposta tem a ver com uma série de melhoramentos para o Largo do Castelo agora que reabriu a pousada e este é um espaço icónico e que representa, no fundo, a identidade dos estremocenses. 

É uma proposta em que sentido?

Esta proposta tinha, desde logo, a ver com [a necessidade de] limpeza da capela do Senhor Jesus dos Inocentes que está à mercê dos pombos. É uma capela aberta e temos de fazer alguma coisa, nomeadamente, colocar uma rede de proteção para evitar que os pombos sujem toda a capela. A capela fica num espaço privilegiado no castelo, é um sítio que todas as pessoas que vão lá acima visitam, especialmente os turistas, além de ser uma falta de respeito para com o património religioso e, do ponto de vista da imagem, não é a melhor que fica para quem nos visita. Um outro conjunto de propostas desde instalações sanitárias lá em cima, um quiosque com possibilidade de esplanada para otimizar aquele miradouro lindíssimo. Temos que ter os museus que ali se encontram abertos no mesmo horário, nomeadamente com horário de verão mais alargado e à hora de almoço, para que as pessoas não sejam surpreendidas com o fecho dos museus por volta das 17h00. É um conjunto de medidas que me parecem muito “à mão” da Câmara, que não implicam necessariamente dinheiro, como a abertura da Igreja de Santa Maria, que está consecutivamente fechada. Nós achamos que o património tem de estar ao serviço e à disposição das pessoas porque senão não faz sentido existir. Todas estas propostas foram aprovadas em reunião de Câmara, aguardamos agora que acolham concretização.

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