Ana Luísa Delgado texto | Gonçalo Figueiredo foto
As contas envolvem diversas variantes, a começar por investimentos transversais a diversos concelhos. E outros que não são descentralizados. Ainda assim, permitem chegar a algumas conclusões. No âmbito do Portugal 2020, cuja execução terá de estar concluída até final do próximo ano, o Alentejo Central viu serem aprovados investimentos de 786 milhões de euros, dos quais apenas 38% (300 milhões) já foi executada.
Dados oficiais consultados pelo Brados do Alentejo comprovam que, em todo o Alentejo, é no distrito de Évora que houve maior investimento aprovado e executado neste ciclo de fundos comunitários. Segue-se o Baixo Alentejo (com 626 milhões de euros aprovados, dos quis foram gastos 241 milhões), o Alto Alentejo (501 milhões aprovados e 204 gastos) e o Alentejo Litoral (442 milhões em investimentos aprovados e apenas 190 já executados).
Feitas as contas, a nível global, as quatro sub-regiões do Alentejo totalizam um investimento global de 2,35 mil milhões de euros, com uma taxa de execução que não ultrapassa os 40%, para um total gasto de 935 milhões de euros.
Entre os maiores projetos no Alentejo Central encontra-se a construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, com um investimento aprovado de 40 milhões de euros. Se a obra não estiver concluída em tempo útil, ou seja, até 31 de dezembro de 2023, o financiamento comunitário poderá ser perdido. Outro dos grandes investimentos, este já parcialmente concretizado, é desenvolvimento e implementação de soluções industriais avançadas para a produção de componentes de grande dimensão e de estruturas metálicas complexas para novos aviões de transporte comercial, a cargo da Embraer. Montante: 23,5 milhões de euros.
Por concelhos, e no caso do Alentejo Central, é em Évora que se concentra o maior volume de projetos de investimento financiados pelo Portugal 2020, com 413 milhões de euros, dos quais só foram gastos, até ao momento, 165 milhões. Seguem-se os concelhos de Montemor-o-Novo (55,9 milhões), Estremoz (51,1) e Vendas Novas (39,8).
No caso de Estremoz, foram beneficiadas 332 entidades, que conseguiram ver aprovados 563 projetos. Só cerca de metade do investimento aprovado (25,4 milhões de euros) é que já foi efetivamente gasto. Sem surpresa, os programas na área do apoio social, educação e emprego absorvem boa parte dos fundos comunitários aprovados, tanto para o município de Estremoz como para a região.
Entre os maiores investimentos financiados pelo Portugal 2020 em Estremoz está o Bloco B, um projeto de 3,2 milhões de euros apostado em desenvolver “processos mais eficientes, produtivos e ambientalmente sustentáveis, bem como na diversificação da oferta de produtos e na sua progressão na cadeia de valor” do setor dos mármores, o Museu Berardo (2,9 milhões) e a Zona Industrial dos Arcos, onde dos 2,6 milhões de investimento aprovado já foram executados 1,9 milhões de euros.
A lista dos maiores apoios comunitários no concelho de Estremoz integra igualmente a reabilitação do edifício Luís Campos para instalação da Biblioteca Municipal (2,1 milhões), a construção da Unidade de Cuidados Integrados de Média e Longa Duração, cuja conclusão está apontada para o início do terceiro trimestre de 2023, e a requalificação do Rossio Marquês de Pombal, atualmente em curso.
A nível regional, e de acordo com os dados disponibilizados pela Agência para a Modernização Administrativa, há alguns dados significativos. Um deles é o facto de a Fundação Alentejo, ao longo do programa Portugal 2020, ter conseguido aprovar 13 projetos na área do ensino profissional, totalizando 19,1 milhões de euros, mais 6,7 milhões de euros do que a Câmara de Évora. A Câmara de Estremoz soma 11,4 milhões de euros de financiamento a um conjunto de 28 projetos.