A Central Solar Flutuante de Alqueva, no Alentejo, “o maior parque solar flutuante” numa albufeira de barragem na Europa, foi inaugurado esta sexta-feira, num investimento de seis milhões de euros. Trata-se do “maior parque solar flutuante em albufeira de barragem na Europa”, refere a EDP, “pioneira a nível europeu no desenvolvimento da tecnologia de solar flutuante”, definida como sendo “uma inovação decisiva no aproveitamento de recursos e na expansão de energias renováveis, que contribuem para reduzir a dependência energética de outras fontes e acelerar o processo de descarbonização”.
Com uma potência de 5MW (megawatts), a nova central solar flutuante, deverá produzir cerca de 7,5GWh/ano (gigawatts por hora/ano). “A expectativa é que venha a abastecer o equivalente a mais de 30% das famílias da região (Portel e Moura), o que corresponde a cerca de 1.500 famílias (média de quatro pessoas por agregado)”, indicou a EDP.
Os flutuadores da central, produzidos por uma empresa espanhola, incluem compósitos de cortiça desenvolvidos pela Amorim Cork Composites, da Corticeira Amorim, os quais “estão a ser testados pela primeira vez neste parque solar”. Esta inovação, além de contribuir para reduzir o peso da plataforma em 15%, ajuda a diminuir a pegada de dióxido de carbono (CO2) do projeto em cerca de 30%, indicou a EDP.
Presente na inauguração do equipamento, o primeiro-ministro, António Costa, elogiou este projeto da EDP em Alqueva, considerando que o solar flutuante “tem múltiplas vantagens”. Uma “tem a ver com a ocupação de um espaço que está disponível e que não tem outra utilização”, disse, referindo-se ao espelho de água da albufeira, que ainda tem muita área disponível.
“Se três por cento da área de Alqueva estivesse ocupada com painéis solares, havia 97% de área ainda liberta para todas as outras atividades”, precisou António Costa, citado pela Lusa, acrescentando que esta tecnologia “ajuda a controlar a evaporação da água”, o que é importante num país como Portugal, que “sofre de secas severas”, e contribui para “melhorar a qualidade da água, prevenindo o desenvolvimento de algumas plantas”.
Já o presidente executivo da EDP referiu que a empresa pretende expandir a Central Solar Flutuante de Alqueva de cinco para 70 megawatts (MW) de potência. “Isto não fica por aqui. Vamos depois expandir para cerca de 70MW”, ou seja, “multiplicar quase por 15”, precisou Miguel Stilwell d’Andrade na sua intervenção.
O empresário adiantou que a EDP prevê ainda acrescentar “mais projetos de eólicas e solares” na zona de Alqueva para ficar “um projeto [global] de 150 MW”. Em relação à central agora inaugurada, considerou que “é um ótimo exemplo de conjugação de inovação com uma aposta na transição energética”.