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Luís Mourinha: “Temos que ser mais ativos na oposição”

Ana Luísa Delgado (texto) e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

Dois vereadores do MiETZ, José Carlos Salema e Vanda Messenário, renunciaram ao mandato invocando razões pessoais. Presidente do Movimento Independente por Estremoz quer uma oposição mais musculada até final de mandato.

“As leituras políticas”, diz Luís Mourinha, “são sempre possíveis, conforme as tendências e conforme a gente as quiser fazer”. No entanto, acrescenta o ex-presidente da Câmara de Estremoz e presidente do Movimento Independente por Estremoz (MiETZ), “se eles dizem que renunciaram ao mandato por razões pessoais, e não apresentaram nenhum outro motivo, não vejo razão para que se possa fazer outro tipo de leitura sobre o que sucedeu”.

E o que sucedeu é que “eles”, dois dos três vereadores do MiETZ, José Carlos Salema (cabeça-de-lista nas últimas autárquicas) e Vanda Messenário, renunciaram ao cargo, invocando razões pessoais e sem acrescentarem outro tipo de justificação.

Contactado duas vezes no sentido de explicar aos munícipes as razões pela quais renunciava ao mandato, através de entrevista ou de artigo de opinião, José Carlos Salema recusou acrescentar o que quer que fosse.

Já Luís Mourinha lembra a sua própria experiência como vereador da oposição, num executivo liderado pelo PS, e diz que, também ele, chegou a ter vontade de renunciar ao lugar.

“Em parte passei por isso, acabei por chegar ao fim, mas não é fácil quando a gente vê que as coisas estão a correr tão mal e que tínhamos condições para fazer melhor”, refere o ex-autarca, considerando que este pode também ter sido um motivo para a renúncia dos dois vereadores. “Quem tem como objetivo governar, e não consegue alcançar esse resultado, sente-se impotente ao ver as coisas a correr mal. Penso que foi também isso que aconteceu neste caso”.

Quanto à decisão de Vanda Messenário de acompanhar José Carlos Salema na renúncia ao mandato, Luís Mourinha considera-a natural: “Trabalharam em conjunto na escola, se não fosse pelo José Carlos Salema muito provavelmente a Vanda Messenário não teria integrado a lista, pelo que se tratou de uma decisão normal”. Além disso, “ninguém é obrigado a ficar quando as coisas não estão a correr conforme projetava”.

Embora classificando este tipo de situação como “normal” na vida das autarquias, dos partidos e dos movimentos políticos – “as expectativas das pessoas mudam, os objetivos também, tudo isso faz parte da vida” -, o ex-autarca espera para este final de mandato uma oposição mais musculada: “A Câmara só beneficia se for feita uma oposição consciente e que consiga levar a bom porto uma boa governação, o que não tem acontecido até agora. Portanto, temos que ser mais ativos na oposição, a Câmara só beneficia com isso”.

Lembrando que o compromisso do MiETZ para com os eleitores é “defender em cada momento as propostas que apresentou durante a campanha eleitoral”, Luís Mourinha diz que será isso que irá acontecer em temas como a concessão das redes de água e da abastecimento ou o funcionamento da própria Câmara. “As coisas não estão a correr nada bem, por exemplo no relacionamento da Câmara com outras instituições, com funcionários e com empresas que querem tratar de problemas e não são ouvidos”, dispara.

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