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Lendias estreia “A Lua é a Lua em Buenos Aires e Lisboa”

Dois personagens do mundo do espetáculo encontram-se, por acaso, numa sauna, longe das televisões e do seu habitat natural. Submersos em altas temperaturas e confissões, acontece entre eles um striptease emocional, em que ambos se livram das suas personagens. É este o ponto de partida para A Lua é a Lua em Buenos Aires e Lisboa, a primeira produção deste ano da Lendias d’Encantar, cuja estreia irá acontecer na próxima quinta-feira, dia 3 de março, às 21h30, no Cine Oriental, em Aljustrel, a nova casa da companhia.

Com espetáculos já agendados para Grândola (dia 5 de março no Cine Granadeiro) e Beja (de 9 a 11 de março no Teatro Municipal Pax Julia), A Lua é a Lua em Buenos Aires e Lisboa tem dramaturgia da argentina Belén Pasqualini, que partilha a encenação com António Revez, ator, encenador e diretor artístico da Lendias d’Encantar.

A ideia da peça surgiu há dois anos quando Belén Pasqualini veio a Portugal participar no Festival Internacional de Teatro do Alentejo (FITA), tendo passado por “diversas aventuras” para conseguir chegar a Beja, num mundo que estava a viver os primeiros tempos da pandemia de covid-19.

“Achámos que seria interessante falar, de alguma forma, sobre a realidade dos nossos dois países. Encontrámos um denominados comum, que é a fama, a vida dos famosos, e decidimos fazer uma peça não sobre alguém em concreto mas sobre a vivência íntima de cada pessoa que vive nesse estrelato: a sua solidão, as suas angústias, os seus medos. É disso que fala o espetáculo”, refere António Revez.

De acordo com o encenador, tudo começa com um “encontro inusitado” entre dois famosos, um português e uma argentina, pessoas que “não partilham o mesmo espaço com outras”, mas que subitamente se veem trancados, sozinhos, numa sauna, sendo como que “obrigados a vivenciar uma série de experiências em conjunto”, durante o tempo em que ali se encontram.

“A sauna, como espaço ficcional, oferece uma aparente zona de intimidade, mas com este imprevisto de ficarem fechados têm que aprofundar, que partilhar, essa privacidade com um outro, ali ao lado. Por isso, gosto de pensar que a peça é um striptease emocional onde vamos tirando capas de personagem, capas artificiais para chegar à nossa essência”, diz, por sua vez, Belén Pasqualini, atriz, cantora e compositora, uma criadora multifacetada formada na Universidade Nacional das Artes de Buenos Aires.

Segundo a autora de A Lua é a Lua em Buenos Aires e Lisboa, a peça “joga com a possibilidade” de uma pessoa dita “famosa” procurar “pôr sobre si diversas capas, como uma defesa”, ainda que no fundo, “e isso é uma hipótese, uma opinião minha”, alimente “a grande ilusão de poder ser ela mesma e quererem-na por essa sua essência. O que se passa é que frente à construção e ao êxito da construção, que faz com que o público aplauda, dá muito medo tirar-se a personagem e ficar nua ou nu, sem essa proteção”.

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