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Autarca de Estremoz quer concessionar água e saneamento

O presidente da Câmara de Estremoz já tem uma solução para resolver o problema de abastecimento de água e saneamento básico no concelho de Estremoz. A ideia é concessionar o serviço às Águas do Vale do Tejo, uma sociedade anónima de capitais públicos detentora da concessão do abastecimento em municípios como Évora, Redondo, Borba e Elvas, entre outros.

A revelação foi feita na última reunião da Assembleia Municipal de Estremoz. “A nossa proposta é muito simples, queremos fazer a adesão ao sistema de Águas do Vale do Tejo; a concessão em alta e em baixa e o saneamento”, disse o presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, depois de interpelado sobre a solução para um problema que se arrasta há décadas e que foi manchete na última edição do “Brados do Alentejo”.

“Sempre defendi que deveríamos ter uma solução pública”, avançou o autarca, reafirmando que este é “o maior problema” do concelho de Estremoz. Um problema cuja resolução, conforme avançado pelo “Brados”, dificilmente ficará abaixo dos 35 milhões de euros. 

“Estamos a efetuar o levantamento das necessidades, para quantificar qual o investimento necessário, o que é preciso fazer para termos uma rede [de abastecimento de água] remodelada, em alta e em baixa, e para termos saneamento em todo o concelho. Isto está a ser feito. Há de chegar o momento em que discutiremos as opções do modelo de negócio, concessões, e todos terão oportunidade de dar o seu contributo”, referiu José Daniel Sádio. 

Pouco depois, clarificava a posição do Executivo autárquico: “A Câmara não tem capacidade técnica nem orçamental para fazer o investimento que será quantificado e apresentado (…) não ficámos de braços cruzados, temos a noção de que não conseguimos fazer face à gravidade do problema que temos pela frente”.

Embora considerando ser “extemporâneo” quantificar o montante de investimento, o autarca referiu tratar-se de uma verba “enorme” e revelou que o Executivo está a “procurar uma solução pública” via Águas do Vale do Tejo. Segundo refere, trata-se de um “modelo de negócio comum a 70 municípios” do país. “É por aqui que entendemos que deveremos ir, mas terão de ser a Câmara e a Assembleia Municipal a decidir”.

Sociedade anónima de capitais públicos integrada no grupo Águas de Portugal, a Águas do Vale do Tejo foi criada em 2015, em resultado de um processo de reorganização do setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais com o objetivo de “assegurar maior equidade territorial e coesão social, diminuindo a disparidade tarifária resultante das especificidades dos diferentes sistemas e regiões do país, aumentar a eficiência dos sistemas de águas e águas residuais urbanas com redução dos custos associados e garantir a disponibilidade dos meios financeiros para o investimento”.

“Todo o dinheiro que foi alocado pelo Plano de Recuperação e Resiliência para o Algarve, para [fazer face à] questão das perdas de água, foi 35 milhões de euros. Só para o concelho de Estremoz, grosso modo e por aquilo que têm sido as conversas, precisam[os] mais do que isso”, explicou recentemente o vereador Luís Pardal em reunião de Câmara. A inventariação das necessidades de investimento foi iniciada há mais de dois meses. Naquele que é o quarto município do país com maior desperdício de água. Todos os anos perdem-se quase 1,2 milhões de metros cúbicos em virtude de roturas na rede de abastecimento.

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