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José Alberto Fateixa: “Portugal e os portugueses”

José Alberto Fateixa, professor | Opinião

1. Escrevo este artigo no Dia de Portugal e defendo que como povo temos o dever de assumir todo o nosso percurso histórico. Tudo começou com um condado, depois uma monarquia, fomos ocupados, invadidos, restaurámos a independência e desde 1910 vivemos numa República.

Na nossa história encontramos guerreiros, aventureiros, heróis, traidores, descobridores, escravizámos, libertámos, negociámos, emigrámos, estivemos em vários continentes, iluminámos e escurecemos, em todos os tempos houve gente de progresso e gente má de atrasos, abusos e repressão. 

História feita de nobres, militares, camponeses, religiosos, marinheiros, artistas, cientistas, elites, operários, povo, homens e mulheres. Rejeito aqueles que utilizando valores de hoje queiram rever a história, diminuir as obras que permanecem um pouco por todo o lado sem contextualizar no tempo histórico em que ocorreram. 

Alterar livros e registos, esconder obras de arte, recriar manipulando o que não aconteceu por razões ideológicas é não aceitar a liberdade de conhecer e interpretar séculos de ações dos portugueses. 

Portugal está marcado por inúmeras disputas, desde logo pelo confronto de Afonso Henriques com a mãe, as guerras de independência contra mouros e contra Castela, a aliança com Inglaterra, a divisão do mundo com Espanha, os descobrimentos, o comércio/tráficos, o império em quatro continentes, as invasões francesas, o Brasil (primeira independência que colonizador dá a colonizado), a República, a Primeira Guerra Mundial, a ditadura do orgulhosamente sós que nos atrasou, a guerra colonial, a revolução sem mortes de 74, a liberdade e a democracia, a descolonização, o reconhecimento internacional, a adesão à CEE, a abertura modernizadora e o salto desenvolvimentista. 

Escolhi momentos que me parecem simbólicos da nossa história coletiva e apelo a que cada pessoa faça as suas interpretações críticas sempre ponderando o tempo em que ocorreram.

Sublinho a importância da língua portuguesa com o significativo número de 280 milhões de falantes, a presença e influência portuguesa em tantos pontos do globo, as nossas grandezas/fraquezas e os avanços civilizacionais que vivemos. Pesando tudo sinto e partilho o orgulho de ser português. 

2. Com a adesão de Portugal à União Europeia (UE) passámos a integrar um conjunto de países democráticos que assumem compromissos de desenvolvimento comuns em múltiplas áreas e que disponibilizam entre si recursos para os alcançar. Muitas vezes não andámos tão rápido quanto devíamos e demasiadas vezes as verbas não foram adequadamente gastas. Temos a responsabilidade coletiva de utilizar o “Portugal 2030” (novo quadro de apoio da UE) como alavanca de progresso para Portugal. 

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