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José Alberto Fateixa (opinião): “O direito a viver em paz”

José Alberto Fateixa, professor | Opinião

1. O ano de 1945 está marcado pelo fim da II Guerra Mundial ganha pelos Aliados, Estados Unidos América, Reino Unido, URSS (Rússia) e França, pela criação da ONU e pelo início do julgamento de crimes de guerra nazis, em particular do extermínio de 6 a 7 milhões de judeus. Em 1947, a Assembleia Geral da ONU aprova o plano que divide e partilha os territórios da Palestina em dois estados, Israel e a Palestina, sendo a favor 33 países (EUA, URSS, França), contra 13 (países árabes) e 10 abstenções (Reino Unido). Em 1948 Israel declara a independência.

2. Desde então, a democracia israelita tem sido apoiada pelo ocidente e alguns países árabes reconheceram Israel. Contudo Israel foi ocupando territórios palestinianos e a crescente influência de radicais ultraortodoxos do judaísmo tem conduzido à desumanização da relação com os palestinianos, a conflitos com acusações recorrentes de crimes e genocídio. Este tipo de governação tem aberto espaço de crescimento às correntes árabes mais radicalizadas, levando a sucessivas ações armadas e suicidas. Em 1983 foi assinado um Acordo de Paz entre Yitzhak Rabin, por Israel, e Yas- ser Arafat, pela Palestina, mas os dois tiveram vida curta. Rabin foi assassinado por um judeu ultraortodoxo e Arafat teve uma morte nunca explicada, sendo que o acordo nunca foi cumprido.

3. Nos últimos dias fomos confrontados com uma vaga de atentados terroristas do grupo Hamas contra Israel. Esta é uma resposta atroz, desumana e errada que invoca o combate ao avanço sistemático e violento de Israel na Palestina, mas que tem o propósito de relançar uma guerra santa contra a existência do Estado de Israel na linha do que defendem os xiitas. Tendo Israel o direito de reagir aos ataques sofridos, ao optar pela destruição massiva dos territórios ocupados, destruindo equipamentos públicos e habitações ocupados por pessoas comuns está a provocar reações de rejeição internacional. Há homens, mulheres e crianças nos dois lados e não é com o radicalismo da violência cega que pode haver paz.

4. Todos os povos, e neste momento especial, palestinianos e israelitas, têm o direito de viver em Paz. Esta que só será alcançada com o reconhecimento da comunidade internacional do Estado da Palestina e o reconhecimento do Estado de Israel pela generalidade dos países árabes.

5. Os acontecimentos dos últimos dias já provocaram uma subida significativa do preço do petróleo que têm naturalmente reflexos nas economias mundiais e obviamente na portuguesa. Entendo que o Governo esteve bem ao tornar claro a incerteza da evolução mundial e ao introduzir no orçamento para 2024 a reserva financeira possível para lidar com a imprevisibilidade dos próximos tempos.

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