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José Alberto Fateixa: “Estremoz, juntar e não separar”

José Alberto Fateixa, professor | Opinião

A quinta-feira da espiga é o dia do feriado municipal de Estremoz e de aniversário da Rádio Despertar. Nos 39 anos da rádio, as sociedades, as vidas, os hábitos, as expectativas e ambições mudaram imenso e se cada pessoa tem entendimentos sobre tudo, também o terá sobre a rádio na nossa terra. 

Participei ativamente na primeira fase da rádio em Estremoz e não posso deixar de evocar o desafio do então meu colega na escola padre Júlio, a mim e a tantos outros, para nos envolvermos na afirmação de uma rádio em Estremoz. 

Começou pirata, na sacristia da igreja de Santa Maria, com equipamentos primários, e já assinalou 39 anos de vida legalizada. Fiz lá programas muitos anos, lá ganhei muitos amigos, por compromissos profissionais tive de parar várias vezes, mas sempre que possível voltei a colaborar. 

Agora, às 18h00 de quinta-feira, converso com pessoas, as suas vidas, problemas e desafios com que nos defrontamos e por lá passaram amigos da rádio, protagonistas políticos, empresários, professores, médicos, estudantes, gente da cultura, do desporto, da comunicação… de Estremoz, do território onde nos inserimos e pessoas com ligação ao Alentejo. 

Especialmente aqueles que vêm de fora destacam a força atrativa de Estremoz, o acolhimento e a diversidade da vida na nossa terra. O património, o ambiente urbano e rural, a excelência de produtos, a diversidade da oferta hoteleira e gastronómica, a pluralidade comercial… e o existir comunicação social local. 

Com a naturalidade de quem escolheu aqui viver, e ao longo dos anos participar na nossa vida coletiva, afirmo que nós, estremocenses, temos demasiadas vezes vistas negativas sobre a nossa terra e concentramos energias a menorizar-nos. Por vezes quando olhamos demasiado perto perdemos a visão global e existe a cedência de tornar o pormenor e o detalhe no maior dos problemas, o que só serve para gerar divisões. 

Uma cada vez maior revitalização económica e social impõe juntar e não separar. A afirmação política séria exige definição de projeto, compromissos e aceitação das escolhas das pessoas. A vida carece da capacidade de falar, ouvir e dialogar. Claro que há erros e omissões, mas o difícil é fazer e não há milagres nem unanimidade, e todos temos a responsabilidade cívica de fazer a nossa parte sendo que a afirmação é possível pela alternativa e não pelo confronto. 

O caminho que fiz, as experiências que vivi permitem-me sublinhar a importância de ponderação na associação entre ambição e realismo. 

Muitos parabéns a Estremoz e à Rádio Despertar. Tenho um enorme orgulho pessoal de ajudar a construir e a dar vida à pluralidade na comunicação social local, no meu caso na rádio e no Brados do Alentejo. 

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