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João Oliveira contra “radicalismo anticlerical pueril”

O ex-deputado do PCP eleito por Évora, João Oliveira, diz ser “útil” contar com a “experiência” da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que recentemente se realizou em Lisboa, “em vez de ficar a marcar passo com posições de radicalismo anticlerical pueril”.

Num artigo de opinião publicado esta quarta-feira no jornal “Público”, João Oliveira, que foi igualmente líder da bancada parlamentar do PCP, defende ainda que “a separação e laicidade não podem corresponder à leitura infantil de que o Estado se demite do seu papel quando a entidade promotora de um evento como a JMJ é uma igreja, no caso a Igreja Católica”.

De acordo com o ex-deputado, “a apreciação global do significado e impacto” da JMJ “exige a consideração de um conjunto alargado de aspectos que vai além da dimensão religiosa”, sendo que o “primeiro” é que o Estado “não pode ignorar” a realização de um evento desta dimensão.

“A separação entre igrejas e Estado e a laicidade deste último, consagrada na Constituição, exigem o respeito pela demarcação rigorosa do papel que a cada um cabe e do espaço que corresponde à sua natureza e esfera de intervenção. Essas separação e laicidade não podem é corresponder à leitura infantil de que o Estado se alheia ou demite do seu papel quando a entidade promotora de um evento como a JMJ é uma igreja, neste caso a Igreja Católica”, escreve.

Segundo João Oliveira, “o escrutínio da utilização de recursos públicos” deve ser feito “em toda a sua dimensão, quer quanto à extensão das responsabilidades que foram assumidas pelo Estado, quer quanto à forma como foram utilizados e geridos os dinheiros públicos envolvidos (incluindo aspetos de contratação e gestão pública), quer ainda quanto ao destino que terão os investimentos realizado com esses recursos”.

Os ex-deputado comunista acrescenta que a JMJ “tornou mais evidentes inúmeras insuficiências e debilidades estruturais do país”, revelando carências a nível de infraestruturas, acesso á habitação e saúde, transportes públicos, entre outros. “É útil contar com a experiência da JMJ para que se avance nesse sentido em vez de ficar a marcar passo com posições de radicalismo anticlerical pueril”, sublinha.

João Oliveira diz ainda que “há na Igreja Católica, como noutras confissões religiosas”, muita gente “comprometida” com a mensagem “de progresso e justiça social” deixada pelo Papa Francisco. “Não é difícil constatar, no momento que vivemos, a importância dela e a forma como pode juntar crentes e não crentes num caminho de transformação social que aponte o sentido de resolução de alguns dos mais graves problemas com a a humanidade se confronta”, conclui.

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