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IP com “dúvidas” sobre ramal ferroviário ao aeroporto de Beja

O presidente da Câmara de Beja diz “não ter a certeza” que a Infraestruturas de Portugal (IP) “esteja totalmente convencida” da necessidade de construir o ramal ferroviário ao aeroporto de Beja, cujo estudo de viabilidade está em curso. Em entrevista à Rádio Renascença, Paulo Arsénio referiu que a Câmara de Beja tem sensibilizado a IP para a importância de construção do ramal, no âmbito da empreitada de eletrificação da linha entre Beja e Casa Branca, financiada pelo Portugal 2030. Mas não garante a concretização do projeto.

“Se nós fizermos apenas o histórico do tráfego de passageiros comerciais, através de voos comerciais dos últimos anos, obviamente que o estudo de viabilidade vai concluir que não há justificação para o ramal. Mas isso é uma perspetiva muito acanhada do aeroporto e do papel que pode vir a ter no futuro na nossa região”, sublinha o autarca, segundo o qual “não há nenhum fator isolado que, por si só, dinamize mais o aeroporto, mas a ferrovia é um desses fatores estruturantes e decisivo para que essa viabilidade seja mais intensa”.

“Podemos não saber o que o aeroporto vai ser daqui a 10 anos, se terá, predominantemente, passageiros, ou terá uma outra vertente de negócio. Acredito que esta última vertente, a do negócio, pode ser muito valiosa e a carga é uma delas. Portanto, a ferrovia é claramente um elemento decisivo. Nós estamos a usar todo o nosso poder de persuasão para que o ramal seja incluído na via férrea eletrificada a Casa Branca”, acrescentou Paulo Arsénio.

Na entrevista à Renascença, o presidente da Câmara de Beja revela que nas reuniões já realizadas no âmbito do estudo prévio relativo ao ramal ao aeroporto a autarquia “notou alguma dificuldade, por parte da IP, em aceitar esta opção pela qual nos batemos” e que, na sua opinião, resolve uma dupla questão futura: “Pode servir para o escoamento de passageiros para norte, enquanto não existir ligação a Ourique-Gare, a Sul, e para o escoamento de carga através da ferrovia, carga que pode ser, acreditamos, um grande trunfo para potenciar a infraestrutura”.

De acordo com Paulo Arsénio, trata-se de uma opção necessária por três fatores. Porque “Beja precisa desse transporte ferroviário em condições e que não o tem, independentemente do aeroporto”. Depois porque o aeroporto “representa “uma mais-valia tremenda” para a região. E, finalmente, porque o ramal “é decisivo para o incremento do tráfego de passageiros” e para a carga, “numa perspetiva que ainda não está explorada, mas que acreditamos que, a curto ou médio prazo, vai ser mesmo uma realidade inevitável”.

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