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Borba: Fundação compra edifício do antigo Cevalor

Alexandre Barahona, texto

A Fundação Unitate comprou o edifício do antigo Cevalor, em Borba. Ali vai nascer o Campus Unitate, uma infraestrutura inovadora, corajosamente vocacionada para apoiar áreas como a formação e capacitação da economia social e o desenvolvimento social de base territorial.

O imponente edifício que todos podemos ver ao passar na Estrada Nacional 4, do lado da vila de Borba, foi construído para ser o Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais (Cevalor), fundado em 1990 e extinto há sete anos.

É famosa a frase escutada num período de impasse nas obras do edifício, provinda do então ministro da Indústria, Mira Amaral, que chegou a expressar-se ao visitar o estaleiro ainda em construção, avisando que “se não o acabassem a tempo, iria servir de novo quartel dos bombeiros”.

Não se chegou aí. A obra sonhada pelos empresários dos mármores de Vila Viçosa, Borba e Estremoz viu abrir mesmo as suas portas para albergar pesquisas, estudos e promoção das pedras alentejanas e das demais regiões ligadas à indústria das rochas ornamentais portuguesas.

Entretanto a sua atividade decaiu, acompanhando o ritmo da economia nacional e dos mercados internacionais, onde países emergentes como a Índia e a China, entre outros, ocuparam destaque com preços concorrenciais. O anunciado desfecho levou o Cevalor a encerrar as suas portas, em 2016, e desde então a reutilização dos 45 mil metros quadrados permaneceu uma incógnita. Até agora.

A Fundação Unitate anunciou a compra dos três edifícios do antigo Cevalor, bem como do terreno envolvente, para aí instalar o Unitate Campus, uma infraestrutura inovadora, corajosamente vocacionada para apoiar áreas como a formação e capacitação da economia social, o desenvolvimento social de base territorial, e promover a cultura.

“Há uma orientação estratégica da Unitate no desenvolvimento da economia social e o nosso foco, dia após dia, é caminhar para esse grande objetivo, numa lógica de trabalho com 10 anos. O Estado financia uma parte do valor, outra parte é dos utentes, mas a instituição tem de conseguir mais para inovar e progredir. Em vez de ficarmos dependentes e limitados, queremos criar e inovar os mecanismos de eficiência”, diz Tiago Abalroado,presidente do conselho de administração da Fundação Unitate.

Professor na Universidade Católica e presidente das IPSS do distrito de Évora, Tiago Abalroado explica que a “padronização das respostas” sociais, tanto por parte da Segurança Social como das misericórdias e das IPSS, “estrangula a sua capacidade” de inovação. Daí a aposta na criação deste Campus. “Não se pode tratar de forma igual, aquilo que é diferente. O perfil dos idosos vai-se alterando, não podemos manter as mesmas repostas que tínhamos nos anos 80”.

No antigo edifício do Cevalor será instalado o Instituto de Formação para a Economia Social, criado em 2020, e que funcionará com um “conceito de porta aberta”, com biblioteca, zonas de exposições, espaços para coworking e um centro de congressos. A ideia é também desenvolver uma incubadora social e um laboratório de inovação social dando respostas sociais nas escolas, e promover um centro de consultoria em responsabilidade social.

Este complexo é formado por dois espaços distintos, que terão funções diferenciadas. Por um lado, o “espaço comunidade”, cujo primeiro propósito é acolher e promover atividades ocupacionais direcionadas para pessoas com deficiência e para seniores, por outro o “espaço multissensorial”, que integra uma sala de snoezelen [estimulação sensorial] porta aberta, única em todo o Alentejo.

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