Foram quatro dias de combate às chamas. Feitas as contas, arderam no concelho de Odemira 8400 hectares de mato e de floresta, num fogo “empurrado” pelo vento, temperaturas elevadas e por um terreno coberto de tojais e estevas, em seca há mais de dois anos.
“Apesar de todas as atenções continuarem no esforço de consolidação, com muitos meios de terreno, as preocupações apontam para o urgente apoio às populações, à atividade económica e para o planeamento de ações de reconstrução de perspetivas de futuro”, diz o presidente da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro.
“Depois das chamas e da tragédia que assola o nosso concelho, há que fazer frente aos enormes prejuízos na floresta, agricultura e turismo e no impacto social gerado. A população da Freguesia de São Teotónio, os empresários e produtores afetados precisam de futuro, esperança e resposta”, acrescenta.
Pelo concelho de Odemira já passou a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, que garantiu “um apoio financeiro imediato” aos agricultores para fazer face à aquisição de alimentos para animais. No caso dos bovinos, especificou, a ajuda poderá chegar aos 38 euros por cabeça, no caso dos ovinos serão “25 ou 28 euros” por cabeça.
Maria do Céu Antunes acrescentou que essa ajuda “poderá chegar aos agricultores já nos próximos dias”, acrescentou que o levantamentos dos prejuízos está feito e anunciou que os apoios irão igualmente chegar aos produtores de mel, setor que já estava a ser gravemente afetado pela seca.
Em comunicado, a Câmara de Odemira revelou ter estabelecido “diversos contactos” com o Governo, “no sentido de abrir portas para linhas de apoio para o território, tanto no setor agrícola e turístico como social” e destacou “a enorme hombridade e dignidade de toda a população que foi deslocada das suas habitações pelas autoridades, confiando os seus bens a quem estava no terreno”.
“É o momento do levantamento de perdas e necessidades da população afetada pelo incêndio”, acrescenta a mesma fonte, lembrando que está ativa uma linha telefónica municipal [com o número 964697306] para “apoio à população, empresas e produtores para registo de informação sobre perdas de bens, produção, rações ou outros, bem como para donativos”.
Na sua edição desta semana, o semanário “Expresso” revelou que o fogo “começou num parque de merendas à beira da estrada”, próximo de São Teotónio, “estando afastada” a hipótese de a ignição ter sido provocada por um churrasco. As causas do incêndio estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária.