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Comissão reportou 19 casos de abusos sexuais no Alentejo

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica validou a ocorrência de 19 casos de abusos sexuais nas dioceses do Alentejo, num universo de 433 a nível nacional. 

Os dados constam do relatório final, ontem divulgado. Utilizando o mesmo método de extrapolação, classificado pelo ex-ministro da Justiça e membro da Comissão, Laborinho Lúcio, como “minimalista e defensivo”, o número de abusos sexuais nas dioceses de Beja, Évora e Portalegre desde 1950 será superior a 180.

Do total de casos validados no Alentejo, a maioria (63%) ocorreu na Arquidiocese de Évora. O relatório indica que contrariamente ao atual local de residência das pessoas vítimas, “a dispersão das situações de abuso é mais elevada e concentra-se menos no litoral”, embora assinale “a maior visibilidade de casos nos distritos do Centro e Norte, por contraposição aos distritos do Sul do país”.

Quando se olha para o mapa do local onde ocorreu o primeiro abuso, no caso do Alentejo, destaca-se o concelho de Vila Viçosa (onde foram validados quatro casos), seguido por Portalegre e Beja (dois cada). Sem especificar particularidades regionais, a Comissão indica que, em termos globais, “a análise dos locais onde ocorreram os abusos revela que os mesmos tiveram lugar num leque muito diversificado de contextos”, embora os seminários, colégios religiosos com internato ou instituições de acolhimento se destaquem “como o local mais comum” onde começaram os abusos, “predominando de forma clara nas décadas compreendidas entre os anos 1960 e 1990”. 

Em declarações aos jornalistas, já depois de conhecido o relatório da Comissão, o Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, reafirmou o que havia dito em entrevista à SWPortugal, prometendo “tolerância zero” em relação aos casos de pedofilia e garantindo que na arquidiocese não existem casos pendentes.

“Na diocese de Évora não haverá qualquer tipo de vacilação nesse assunto, como penso que não haverá nas outras dioceses”, referiu D. Francisco Senra Coelho à SW Portugal, classificando a existência destes casos como “uma triste nódoa que caiu na toalha do altar da Igreja” e garantindo que todas as eventuais suspeitas terão como consequência, imediata, o afastamento do pároco pelo menos até à conclusão do processo.

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