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Há 10 anos que a “Porta Nova” aguarda por classificação

Francisco Alvarenga (texto) e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

Foi há quase 10 anos que se iniciou o processo de classificação da antiga Igreja da Misericórdia de Estremoz, primeiro como Imóvel de Interesse Municipal, depois como Monumento de Interesse Público. Em 2014, a Câmara de Estremoz remeteu o processo de classificação à Direção Regional de Cultura do Alentejo. O assunto continua por resolver.

O processo, consultado pelo “Brados do Alentejo”, refere que o imóvel, construído em inícios do século XVII, integrou o Hospital da Misericórdia, “transferido no século XIX para o Convento das Maltesas” e atualmente ocupado pela Sociedade Recreativa Popular Estremocense. No seu interior “resta um conjunto de silhares de azulejos datados do século XVIII” e atribuídos a António de Oliveira Bernardes, o que sustenta o pedido de classificação.

“O edifício”, prossegue o documento, “foi profundamente alterado a partir de 1881, com a colocação de nova portada de cantaria, balcões e janelas no piso térreo, compartimentação da nave e do coro, inicialmente com a introdução de um pavimento no meio do vão e posteriormente com a divisão em várias dependências ocupadas por funções diversas”.

Em julho de 2016, a candidatura foi analisada pelo Conselho Nacional de Cultura que decidiu ampliar o âmbito da classificação, propondo a declaração como Monumento de Interesse Público. Segundo o parecer deste organismo, “trata-se, sem dúvida, de um testemunho valioso para a história e a cultura locais, sendo representativo, quer efetivamente, em termos histórico-culturais, quer artísticos, de uma época específica, elemento de particular densidade cultural e espiritual, que ultrapassa mesmo o âmbito regional”.

Este documento aponta uma data para os painéis de azulejos, 1712, que revestem a nave do que foi a antiga Igreja e que foram postos a descoberto por volta de 1990, encontrando-se em “razoável estado” de conservação.

Aquando da sua venda e ocupação pela Sociedade Recreativa Popular Estremocense (1881) e pelo Centro Republicano, o edifício foi “adulterado”, tendo “desaparecido” os três altares da cabeceira da antiga igreja, “com retábulos de talha dourada”, enquanto os silhares de azulejos com “a única representação humana da figura da Misericórdia em Portugal”, eram cobertos por camadas sucessivas de tinta de óleo.

Passado um ano, em maio de 2017, era iniciado o processo de “audiência de interessados” e definida uma zona de proteção ao futuro monumento, sendo publicado em 2018 o anúncio de abertura do processo de classificação. Que se arrasta até hoje.

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