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Câmara de Grândola autoriza obras para novo hotel de luxo

Francisco Alvarenga texto

A Câmara de Grândola autorizou o recomeço das obras de construção do empreendimento turístico de luxo que está a ser desenvolvido pela milionária espanhola Sandra Ortega, em Tróia, que tinha sido travado por força de uma providência cautelar apresentada por associações ambientalistas no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja.

Em comunicado, a autarquia refere que “tendo em conta a paragem forçada das obras” por via da providência cautelar, “considerou ser necessário autorizar o seu recomeço através de resolução fundamentada pois a sua interrupção deixaria, por tempo indeterminado, valas abertas, com taludes sujeitos à erosão, pondo em risco a segurança rodoviária”.

Por outro lado, a paragem das obras significaria igualmente que “cabos de média tensão” ficassem “à vista e em carga, infraestruturas de água com ligações por executar e com acessórios de ligação por proteger, e tubagens de fibrocimento a descoberto, comprometendo o abastecimento e o acesso à península de Troia”. 

O Município lembra ainda que o projeto obteve uma declaração de “conformidade ambiental”, emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente, e garante que a empresa promotora “reduziu em 80% o número de camas programadas”, tendo ainda “adbicado” da construção de um campo de golfe.

Segundo a Associação Dunas Livres, autora da providência cautelar, este empreendimento coloca “cm causa 200 hectares de habitats raros e sensíveis, mas muito ricos em biodiversidade, com várias espécies de flora protegidas, com endemismos locais constantes da Directiva Habitats, no último troço de costa selvagem do país”.

Na ação apresentada em tribunal, a associação indica que, no terreno, “as máquinas avançaram rapidamente com remoção total da vegetação, terraplanagens e cortes de dunas”, já “tendo sido verificada” pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) “uma destruição de valores naturais protegidos, em desrespeito pela declaração de impacte ambiental que delimitou núcleos de vegetação que não poderiam ser mexidos”.

Trata-se de um projeto que prevê, no total a criação de 128 unidades de alojamento, “com uma capacidade para 584 camas”, sendo que a exploração do empreendimento “resultará na criação de 148 postos de trabalho”, de acordo com a entidade promotora.

No comunicado agora distribuído, e apesar da autorização para o recomeço destas obras, a Câmara de Grândola diz “rever-se” nas “muitas preocupações que têm surgido sobre a necessária salvaguarda dos valores naturais e ambientais do concelho, bem como da necessária garantia da sustentabilidade do território”, sublinhando que “tomará todas as medidas que estiverem ao seu alcance para que o concelho de Grândola continue a ter uma das zonas costeiras mais bem preservadas da Europa e acessível a todos”. 

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