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Governo confirma atrasos na obra do novo Hospital Central do Alentejo

O Governo confirmou o que a “SW PORTUGAL” já havia avançado: o novo Hospital Central do Alentejo não será inaugurado este ano, ao contrário do que o anterior ministro da Saúde tinha prometido. Luís Godinho (texto)

A formulação utilizada pela secretária de Estado da Gestão da Saúde é vaga, mas inclui a constatação óbvia do atraso nas obras do novo Hospital Central do Alentejo, em construção em Évora. Ouvida na Comissão Parlamentar da Saúde, Cristina Vaz Tomé informou que a data prevista para a inauguração é “meados” de 2025.

Não se comprometendo com uma data, este anúncio traduz um adiamento do prazo em mais de um ano e meio em relação à data anunciada pela ex-ministra (e atual eurodeputada) Marta Temido, ou mais de seis meses face ao que havia sido anunciado pelo também ex-ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

Em junho de 2023, durante a iniciativa “Governo Mais Próximo”, que percorreu diversos concelhos do distrito de Évora, Manuel Pizarro visitou as obras do novo hospital, acompanhado pelo então primeiro-ministro, António Costa, aproveitando para garantir que “o mais moderno hospital do Serviço Nacional de Saúde” iria “entrar ao serviço das pessoas já em 2024”. Também falhou.

A formulação agora utilizada pela secretária de Estado remete a inauguração, no mínimo, para junho do próximo ano, o que fontes ouvidas pela “SW Portugal” colocam em dúvida por diversas razões, a começar pelo facto de ainda nem sequer serem conhecidos os termos do concurso ou dos concursos públicos para a aquisição de equipamento. 

“Estamos a falar de uma verba que inicialmente foi calculada em 30 milhões de euros”, diz fonte da Administração Regional de Saúde do Alentejo, acrescentando que esse montante “poderá escalar, talvez para mais de 50 milhões de euros”, tendo em conta a subida de preços nos últimos dois anos.

Mas se em relação a este tema, Cristina Vaz Tomé foi omissa na resposta que deu aos deputados, fez questão de sublinhar a sua preocupação com outro problema ainda em aberto: “existe sim um problema com as infraestruturas”. Trata-se da construção dos acessos ao novo hospital e das redes de abastecimento de água e de saneamento, competência assumida pela Câmara de Évora no âmbito de um protocolo assinado com o Ministério da Saúde.

Primeiro por considerar que a verba assumida pelo Governo era insuficiente, depois porque a expropriação dos terrenos, ou a sua aquisição, continua por fazer, o presidente da Câmara de Évora optou por não lançar os concursos para a construção das infraestruturas. Catarina Vaz Pinto revelou já ter reunido com Carlos Pinto de Sá, esperando que “rapidamente se possa garantir que as Infraestruturas estarão prontas na data de inauguração”. Os tais meados de 2025.

O hospital terá um total de 351 camas em quartos individuais, que podem aumentar para 487, 30 camas de cuidados intensivos, 15 de cuidados paliativos, 11 blocos operatórios, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro. Trata-se de um projeto com a assinatura do arquiteto Souto Moura, “uma obra linda”, na expressão de Manuel Pizarro, mas que continua de adiamento em adiamento e envolta já em polémica, depois de o Tribunal de Contas ter detetado vários contratos ilegais.

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