Maria Antónia Zacarias texto | Gonçalo Figueiredo fotografia
A 35.ª Feira Internacional de Agropecuária de Estremoz (FIAPE) e a 39.ª Feira de Artesanato assumem-se como certames com uma importância “ímpar” na região, tendo já ganho um espaço no calendário anual de feiras regionais e nacionais, confirmando a vocação de Estremoz como “centro de negócios”.
Em entrevista ao “Brados do Alentejo”, o presidente da Câmara Municipal de Estremoz garante que esta edição vai ser “ainda melhor” que as anteriores, anunciando o aumento do número de expositores em relação ao passado, esperançado em que se consiga ultrapassar o número de 40 mil visitantes do ano passado. Segundo José Sádio, a FIAPE é um evento de valorização e promoção socioeconómica e turística do concelho de Estremoz e da Zona dos Mármores que reúne todas as condições para ser, uma vez mais, um “verdadeiro sucesso”.
Com inauguração marcada para o próximo dia 27 de abril, decorrendo até ao feriado de 1 de maio, a FIAPE vai realizar-se no Parque de Feiras e Exposições de Estremoz, numa organização conjunta da Câmara Municipal de Estremoz e da Associação de Criadores de Ovinos da Região de Estremoz (ACORE).
A exposição agropecuária continua a ser um dos setores com maior representatividade na feira, sendo já conhecidos os concursos de raças ovinas e bovinas. Sobre este setor há também a destacar a organização de colóquios técnicos sobre variadas temáticas atuais (ver notícia na página seguinte).
Em paralelo decorre a 39.ª edição da Feira de Artesanato de Estremoz, que habitualmente conta com a participação de mais de uma centena de artesãos, a trabalhar ao vivo, e com trabalhos nos mais variados materiais: barro, cortiça, madeira, rendas, mármore, vime, vidro, ourivesaria, entre outros.
O presidente da Câmara afirma que o município pretende que esta seja “a melhor FIAPE de todos os tempos”, explicando tratar-se de uma vontade que se reafirma de ano para ano. “Acredito que estão criadas todas as condições para que seja a melhor FIAPE”.
Olhando para a edição do ano passado, o autarca considera que não há a registar grandes novidades, a não ser “o rearranjo” na forma como o espaço dos concertos e diversão noturna está montado. “Temos uma zona onde estão os certames de exposição e outra área que se destina exclusivamente para os concertos”. Em seu entender, esta estratégia permite que as pessoas possam entrar na zona expositiva, da feira propriamente dita, de forma gratuita, “o que demonstra a importância desta valência para todos os expositores, ou seja, para quem quer vender os seus produtos e fazer o seu negócio. Consideramos que isto é fundamental para que se valorize a FIAPE no que é a sua essência”.
A FIAPE e a agropecuária representam, para o município de Estremoz, um contributo para a valorização do mundo rural. “Já o ano passado aumentámos a área expositiva e este voltámos a fazê-lo. Temos produtores nacionais e internacionais, empresários e agricultores que aqui querem vir para realizar os seus negócios em resultado dessa divulgação”, sustenta o autarca, revelando que estarão presentes mais de 500 expositores representativos de agropecuária e maquinaria. “Vamos também ter mais produtores e mais concursos que têm a ver com a pecuária e que demonstram a importância deste setor no desenvolvimento rural”, sublinha.
PROMOÇÃO DO FIGURADO DE ESTREMOZ
No que concerne ao certame que decorre em simultâneo, a 39.ª Feira de Artesanato, esse “irá igualmente superar todas as expetativas, como cremos, visto que vamos ter mais expositores e artesanato de todo o Portugal Continental e ilhas, sendo um exemplo da forte aposta que temos vindo a fazer”.
José Sádio salienta, assim, o papel da componente de olaria no certame, onde se destaca o Figurado de Estremoz. “Temos vindo a fazer, desde o início do mandato, um trabalho de recuperação da olaria que estava um pouco sem atividade. Por isso, vamos ter um espaço com os novos oleiros porque a olaria tem tradição e temos de a preservar, contribuindo para que esta feira seja uma das mais conceituadas a sul do Tejo e uma das mais importantes a nível nacional”.
Em termos da animação noturna, a decorrer num espaço contíguo, mas diferenciado do recinto expositivo, o autarca refere a aposta “num cartaz de primeiro nível com a presença de artistas de renome nacional, mas também com bandas e artistas locais”. Esta zona “noturna”, onde vão realizar-se os concertos, vai ter entrada paga, “mas tendo em conta que é uma zona diferenciada permite uma maior fluidez do certame, permite que se feche uma parte da feira e outra continue a funcionar pela noite dentro”.
O seu grande desejo é que “se ultrapassem os 40 mil visitantes do ano passado”, apesar deste certame decorrer em simultâneo com um outro, a Ovibeja. José Sádio admite que “poderia ter havido um entendimento para que não houvesse sobreposição destas duas feiras agrícolas”, mas garante que “há espaço para todos. Cada uma, no seu espaço, fará o seu melhor”. E adianta: “Em termos agrícolas, os animais em exposição nunca seriam os mesmos porque estes não podem estar em duas feiras seguidas”.
A inauguração da FIAPE vai contar com a presença da secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, tendo a autarquia endereçado convites a outros governantes para se deslocarem a Estremoz neste período.
UMA FEIRA DE REFERÊNCIA NA REGIÃO E NO PAÍS
Integrando diversas mostras das atividades com maior peso económico no concelho e na região, como a agropecuária, artesanato, mármore, produtos regionais ou gastronomia, além de uma mostra institucional e de atividades comerciais e industriais, a organização entende que “estão criadas todas as condições para a feira ser um sucesso” e “conseguir promover” o melhor da região. “Tudo faremos para que seja uma feira de referência na região e no país”.
José Sádio endereça o convite a todos “para que venham à FIAPE, pois terão um espaço seguro e com conforto, sendo que a entrada é gratuita, o que nos diferencia e muito” de outros certames. “Aqui poderão ver a excelência do nosso artesanato, os grandes concursos de animais, degustar a nossa gastronomia, a doçaria, a queijaria, provar todos os produtos endógenos que marcam a nossa identidade cultural”. E conclui: “A FIAPE é o que de melhor existe na nossa região”.